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Ameaças à saúde na China aumentarão devido às ondas de calor

Os problemas atuais de saúde na China serão menores que impactos futuros de ondas de calor e chuvas, com as mudanças climáticas

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1 de 1 heat-wave-chinaa - Foto: Reprodução/YouTube/ HUMAN the movie

A epidemia de coronavírus será apenas um dos vários problemas em larga escala que a China terá que lidar daqui em diante. O avanço da nova variação da doença será minimizado frente os impactos das ondas de calor severas e frequentes que ficarão mais intensas por conta das mudanças climáticas.

Um estudo das universidades de Reading, de Edimburgo, Met Office e várias instituições chinesas calcula que períodos de 30 dias de calor mortal durante a noite, como o que matou e hospitalizou diversas pessoas no nordeste da China em 2018, já passou de eventos de um em 500 anos para eventos de um em 60 anos desde os tempos pré-industriais.

Os cientistas também evidenciaram que o calor durante o dia e as chuvas extremos também se tornarão mais comuns no futuro dos chineses, à medida que os seres humanos continuarem emitindo gases de efeito estufa na atmosfera.

“É particularmente preocupante ver as altas temperaturas noturnas se tornando uma ameaça crescente. Isso não dá trégua às pessoas que lutam para lidar com o calor abrasador do dia, que pode levar à insolação mortal”, comentou o dr. Buwen Dong, co-autor e cientista climático da Universidade de Reading e do NCAS.

Eles analisaram quase 50 milhões de registros diários de temperatura capturados em 2.400 estações meteorológicas na China entre 1961 e 2018, juntamente com dados de outras fontes para embasar os resultados.

Os cientistas também descobriram que a mudança climática tornou mais provável a ocorrência de chuvas em rajadas severas no centro da China ocidental.

Usando modelos climáticos, eles calcularam chuvas extremas que se tornaram 1,5 vezes mais prováveis ​​desde os tempos pré-industriais, enquanto a probabilidade de fortes chuvas persistentes reduziu em 47%.

Um clima mais quente terá impacto generalizado na saúde global. Trabalhadores ao ar livre, idosos e jovens com saúde frágil provavelmente correrão mais riscos futuramente.

Universidade de Reading/Divulgação
Características das ondas de calor observadas no nordeste da China – 12 de julho a 10 de agosto de 2018.

Ondas mortais

No verão de 2018, o nordeste da China e as regiões vizinhas da Ásia foram afetadas por uma onda de calor noturna longa e intensa sem precedentes.

As temperaturas mínimas, durante a noite, na China ficaram entre 26°C e 29°C. As temperaturas máximas, registradas nas horas mais quentes do dia, atingiram até 39,2°C, com alertas de alta temperatura na China por 33 dias consecutivos entre 14 de julho e 15 de agosto.

Isso levou a números recordes de internações na China, além de afetar a agricultura e aumentar a pressão sobre os sistemas de energia e o abastecimento de água. Pelo menos 138 pessoas morreram por causas relacionadas ao calor no Japão e 42 na Coréia do Sul.

Cenas como a de milhares de turistas em Sichuan amontoados em piscinas de ondas e nas praias viralizaram no mundo, mostrando que as pessoas mal conseguiam se mover, numa tentativa frustrada de fugir do calor.

A época de chuva também trouxe devastação para os chineses. Em junho e julho de 2018, partes das províncias de Sichuan, Gansu e Shaanxi na China foram afetadas por frequentes chuvas intensas. Entre 18 de junho e 15 de julho, a precipitação foi 38% superior à média de 1961-2010.

Com isso, inundações, deslizamentos de terra e destruição de moradias afetaram 2,9 milhões de pessoas, resultando em uma perda econômica de mais de 8,9 bilhões de Yuan (mais de mais de R$ 5,4 bilhões).

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