Médico que vendia kit Covid com cloroquina é condenado à prisão
Norte-americano Jennings Ryan Staley tentou lucrar com “cura milagrosa” para Covid-19 vendendo kit que incluía hidroxicloroquina
atualizado
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A Justiça dos Estados Unidos condenou o médico Jennings Ryan Staley a 30 dias em uma cadeia e um ano em prisão domiciliar por ter contrabandeado e vendido hidroxicloroquina como “cura milagrosa” para a Covid-19.
O médico de San Diego recebeu a sentença na última sexta-feira (27/5), dada pelo Departamento de Justiça do país. Em 2021, Staley já havia se declarado culpado por importar o remédio de um fornecedor chinês, dizendo que se tratava de “extrato de inhame”.
Antes disso, em março e abril de 2020, ele confessou que a ideia era vender “kits de tratamento” para Covid-19.
Um agente do FBI se passou por um cliente interessado em conversar com Staley e pagou US$ 4 mil pelos “kits de tratamento” com hidroxicloroquina. O médico disse ao agente que o kit era uma cura de 100% e “quase boa demais para ser verdade”, dando imunidade por seis semanas.
Sem saber que ele havia negociado com um agente do FBI, o médico foi entrevistado por outros agentes que se identificaram. Na entrevista, ele negou que o kit que ele vendia era uma cura com 100% de eficácia.
O juiz Gonzalo Curiel ordenou que Staley pagasse uma multa de US$ 10 mil e que abrisse mão dos US$ 4 mil pagos pelo agente secreto.
Recomendações no Brasil
No Brasil, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec) aprovou diretrizes sobre o assunto, em maio e dezembro. Em ambas as vezes, a comissão afirmava que não se devia usar remédios como a cloroquina, a azitromicina, a ivermectina e outros medicamentos sem eficácia para tratar a doença.
Apesar disso, o Ministério da Saúde rejeitou as diretrizes.