Médica chinesa que questionou dados do Covid-19 está desaparecida
O governo chinês ordenou que a exclusão do depoimento e, desde então, o paradeiro da médica é desconhecido.
atualizado
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A diretora do departamento de emergência do Hospital Central de Wuhan, Ai Fen, está desaparecida desde que denunciou, em entrevista, ter sido silenciada sobre um relatório com o diagnóstico do coronavírus, em dezembro de 2019. Ela foi uma das primeiras médicas a estudar a Covid-19, que apareceu pela primeira vez na China. O país, após meses de isolamento, registra melhoras na economia.
No ano passado, a médica contou à revista americana People que tinha um documento com detalhes sobre o vírus. Porém, ao ser proibida por seus supervisores de falar sobre o assunto, Ai Fen tornou a situação pública e confessou o ocorrido a uma revista chinesa. O governo chinês ordenou que a entrevista fosse apagada da internet e, desde então, o paradeiro da médica é desconhecido.
Segundo o depoimento, 95% dos casos poderiam ter sido contidos.
À revista, ela também contou que foi censurada por um profissional de saúde do hospital, que a acusou de espalhar “boatos” sobre o coronavírus. A comissão de saúde da China também foi atrás do marido de Ai, exigindo o silêncio do companheiro.
O coronavírus já deixou 34 mil mortos pelo mundo e 735 mil infectados. No Brasil, até a última atualização, já são 159 mortos e 4579 pessoas com a doença.