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McDonald’s anuncia saída definitiva da Rússia após 32 anos

Rede de fast food afirma que presença no país após a invasão da Ucrânia “não é mais sustentável, nem consistente com os valores da marca”

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Loja do McDonald's em Moscou, na Rússia, com algumas pessoas dentro, após a rede anunciar que suspenderia temporariamente seu funcionamento no país como reação à guerra na Ucrânia- Metrópoles
1 de 1 Loja do McDonald's em Moscou, na Rússia, com algumas pessoas dentro, após a rede anunciar que suspenderia temporariamente seu funcionamento no país como reação à guerra na Ucrânia- Metrópoles - Foto: Sefa Karacan/Anadolu Agency via Getty Images

A rede americana de fast food McDonald’s anunciou nesta segunda-feira (16/05) que vai encerrar suas operações em definitivo na Rússia e vender seus negócios no país. O anúncio marca o fim da presença de três décadas da rede na Rússia e é mais um sinal do isolamento econômico da Rússia em meio à guerra na Ucrânia.

O McDonald’s iniciou suas operações em Moscou em janeiro de 1990, ainda na era soviética, e a inauguração da primeira loja na capital do país foi encarada à época com um dos símbolos da abertura do antigo império comunista para o exterior.

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No total, mais de 300 grandes marcas com presença significativa no país anunciaram o boicote, de acordo com um inventário atualizado da Universidade de Yale. Cerca de 30 multinacionais ainda estão na Rússia
Apple: a marca anunciou a suspensão da venda de Iphones. Aplicativos como Apple Pay e outros serviços foram limitados. Os usuários ainda conseguem acesso à loja online, porém os aparelhos e acessórios não estão disponíveis para entrega
Nike: a empresa esportiva fechou temporariamente todas as lojas físicas espalhadas pelo país. As mercadorias também ficaram indisponíveis pelo site e aplicativo da marca
McDonald’s: a gigante do fast food suspendeu as atividades dos 850 restaurantes na Rússia. Porém, segundo o representante da empresa, os 62 mil funcionários no país continuarão recebendo salário
Mastercard, Visa e American Express: as operadoras de cartão de crédito também suspenderam as atividades no país. As empresas já tinham travado parte das operações, bloqueando instituições financeiras russas, mas decidiram expandir as retaliações
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Como resposta à invasão russa na Ucrânia, algumas empresas anunciaram a suspensão das atividades no território governado por Putin

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No total, mais de 300 grandes marcas com presença significativa no país anunciaram o boicote, de acordo com um inventário atualizado da Universidade de Yale. Cerca de 30 multinacionais ainda estão na Rússia

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Apple: a marca anunciou a suspensão da venda de Iphones. Aplicativos como Apple Pay e outros serviços foram limitados. Os usuários ainda conseguem acesso à loja online, porém os aparelhos e acessórios não estão disponíveis para entrega

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Nike: a empresa esportiva fechou temporariamente todas as lojas físicas espalhadas pelo país. As mercadorias também ficaram indisponíveis pelo site e aplicativo da marca

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McDonald’s: a gigante do fast food suspendeu as atividades dos 850 restaurantes na Rússia. Porém, segundo o representante da empresa, os 62 mil funcionários no país continuarão recebendo salário

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Mastercard, Visa e American Express: as operadoras de cartão de crédito também suspenderam as atividades no país. As empresas já tinham travado parte das operações, bloqueando instituições financeiras russas, mas decidiram expandir as retaliações

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Coca-Cola: quem também cortou laços temporariamente com a Rússia foi a empresa norte-americana. "Continuaremos monitorando e avaliando a situação à medida que ela evolui", informou a gigante dos refrigerantes em comunicado, sem dar detalhes de suas atividades exatas

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Starbucks: a cafeteria anunciou o fechamento temporário de seus 130 cafés, de propriedade de um conglomerado do Kuwait. O grupo comunicou que vai continuar dando suporte aos quase 2 mil parceiros que dependem da empresa para sobreviver

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Airbnb: a plataforma de hospedagem suspendeu as operações na Rússia e Bielorrússia. Isto significa que não é possível fazer novas reservas para estadias e os hóspedes em ambos os países não podem fazer reservas em nenhum lugar do mundo

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Renault: a empresa francesa de automóveis interrompeu a exportação de veículos e as outras operações realizadas em território russo temporariamente. Devido a mudança nas rotas logísticas, a fabricante interrompeu os serviços em uma das montadoras de carro

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Shell: a marca do ramo de petróleo disse que deixaria sua joint venture com a estatal Gazprom e encerraria o seu envolvimento no oleoduto Nord Stream 2, agora suspenso, construído para transportar gás natural para a Alemanha

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Meta: a empresa que administra o Facebook, Instagram e WhatsApp restringiu o acesso dos usuários russos. Segundo comunicado do conglomerado, ucranianos poderão ainda bloquear suas contas por segurança

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Mondelez: a marca de alimentos também fechou suas fábricas no país. A empresa fabrica marcas locais, como biscoitos Jubilee e chocolate Korona e é conhecida por vender Oreo, chocolates como Milka, chicletes e balas da região

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O McDonald’s tinha fechado temporariamente suas 850 lojas na Rússia em março, no início da guerra de agressão do regime de Vladimir Putin contra a Ucrânia. Não foi a primeira vez que a rede tomou uma decisão do gênero. Em 2014, a empresa fechou todas as suas lojas na região ucraniana da Crimeia, após a península ser anexada ilegalmente pela Rússia.

Uma rede russa chamada RusBurger acabou assumindo os antigos pontos da rede americana na Crimeia. Com o lema “sabor da Rússia”, a rede russa passou a oferecer produtos como o “X-Burguer do Czar” e o “Czar de Frango” em vez dos tradicionais Big Macs e McChickens.

“Valores do McDonald’s”

Nesta segunda-feira, o McDonald’s afirmou, em comunicado, que sua presença na Rússia não é “mais consistente com os valores” da rede americana.

“Depois de mais de 30 anos de operações no país, a McDonald’s Corporation anunciou que sairá do mercado russo e iniciou um processo para vender seus negócios. A crise humanitária causada pela guerra na Ucrânia e o consequente ambiente operacional imprevisível levaram o McDonald’s a concluir que a propriedade continuada do negócio na Rússia não é mais sustentável, nem é consistente com os valores do McDonald’s”, diz o comunicado.

A empresa acrescentou que pretende vender “todo o seu portfólio de restaurantes McDonald’s na Rússia para um comprador local” e que, após a venda, os restaurantes não poderão mais usar o nome, logotipo, marca ou cardápio do McDonald’s.

A Rússia, onde o McDonald’s administra diretamente mais de 80% dos restaurantes que usam seu nome, responde por 9% da receita da empresa e 3% de seu lucro operacional. O McDonald’s afirma que 62 mil pessoas trabalham nas lojas do país.

O executivo-chefe da empresa, Chris Kempczinski, também declarou em comunicado: “Estamos excepcionalmente orgulhosos dos 62 mil funcionários que trabalham em nossos restaurantes, juntamente com as centenas de fornecedores russos que apoiam nossos negócios e nossos franquias locais. Sua dedicação e lealdade ao McDonald’s tornam o anúncio extremamente difícil.”

“No entanto, temos um compromisso com nossa comunidade global e devemos permanecer firmes em nossos valores. E nosso compromisso com nossos valores significa que não podemos mais manter os Arcos [símbolo da empresa] brilhando lá”, prosseguiu.

Em 24 de fevereiro, Putin ordenou que suas tropas invadissem a Ucrânia, provocando a imposição de sanções ocidentais sem precedentes contra a Rússia e um êxodo de empresas estrangeiras, incluindo a H&M, Starbucks, Ikea e Siemens.

Renault é nacionalizada

Ainda nesta segunda-feira, a montadora francesa Renault entregou seus ativos no país ao estado russo, marcando a primeira grande nacionalização desde o início das sanções sobre a campanha militar de Moscou na Ucrânia.

A Renault controlava 68% da AvtoVAZ, a maior montadora da Rússia, que tem como principal marca a Lada. A empresa francesa estava sob pressão para sair do país desde o início da guerra.

Nenhum detalhe financeiro sobre o processo de nacionalização foi divulgado nesta segunda, mas o ministro russo da Indústria e Comércio, Denis Manturov, disse em abril que a Renault planejava vender seus ativos russos por “um rublo simbólico”.

“Hoje, tomamos uma decisão difícil, mas necessária; e estamos fazendo uma escolha responsável em relação aos nossos 45 mil funcionários na Rússia, preservando o desempenho do grupo e nossa capacidade de retornar ao país no futuro, em um contexto diferente”, disse o chefe-executivo da Renault, Luca de Meo, em comunicado.

O prefeito de Moscou, Serguei Sobyanin, disse que a produção de carros na fábrica da Renault será retomada sob a marca Moskvich (moscovita), da era soviética. “Em 2022, abriremos uma nova página na história de Moskvich”, anunciou.

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