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Na Cisjordânia, Mauro Vieira chama ação de Israel de “ilegal e imoral”

Neste domingo (17/3), chanceler brasileiro Mauro Vieira criticou resposta “desproporcional” de Israel ao ataque terrorista do Hamas

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Divulgação/Itamaraty
Mauro Vieira e o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas apertando as mãos
1 de 1 Mauro Vieira e o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas apertando as mãos - Foto: Divulgação/Itamaraty

O ministro das relações exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou neste domingo (17/3) que a ação de Israel na Faixa de Gaza é “ilegal e imoral”. O chanceler cumpre agenda internacional na Cisjordânia, território palestino. A viagem ocorre em meio a uma crise diplomática entre Brasil e Israel por causa da guerra.

“Permitam-me que o diga em alto e bom som. É ilegal e imoral privar as pessoas de alimentos e água. É ilegal e imoral atacar comboios humanitários e pessoas que procuram ajuda. É ilegal e imoral impedir que os doentes e feridos tenham acesso a material médico essencial. É ilegal e imoral destruir hospitais, locais religiosos e sagrados, cemitérios e abrigos”, discursou o ministro brasileiro.

A fala aconteceu em Ramallah, onde o chefe da pasta participou da cerimônia de outorga ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do título de Membro Honorário do Conselho dos Curadores da Fundação Yasser Arafat. De acordo com o Itamaraty, Vieira recebeu a homenagem das mãos do primeiro-ministro Mohammad Shtayyeh, que “louvou a coragem” do presidente brasileiro “na defesa da Palestina”. 

Também estavam presentes o chanceler palestino, Riyad al-Maliki, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. A agenda de Mauro Vieira, que inclui passagens pela Palestina, Jordânia, Líbano e Arábia Saudita, está prevista para terminar nesta quarta-feira (20/3). 

No dia 18 de fevereiro, Lula comparou as ações de Israel em Gaza com as de Hitler contra os judeus, classificando como “genocídio e chacina” a ação militar de Israel em Gaza. As declarações provocaram reações negativas. Em seguida, o premier israelense, Benjamin Netanyahu, enfatizou que o presidente do Brasil “cruzou uma linha vermelha”, “desonrou a memória dos judeus” e que “deveria ter vergonha”.   

Consequências da guerra do Oriente Médio

A guerra iniciou no dia 7 de outubro de 2023, quando o Hamas invadiu Israel e matou cerca de 1,2 mil pessoas. Além de sequestrar aproximadamente 250 cidadãos. Os israelenses reagiram e em cinco meses, segundo dados do Ministério da Saúde local, mais de 31 mil pessoas morreram.

No discurso, Vieira considerou como uma “resposta desproporcional” de Israel aos ataques do Hamas em 7 de outubro do ano passado.

Foto colorida de ataque na Faixa de Gaza - Metrópoles
Segundo dados do Ministério da Saúde local, mais de 31 mil pessoas morreram

“É por isso que Lula fez um apelo, durante a 37ª cúpula da União Africana, para que resgatemos nossas melhores tradições humanistas. Sob essa luz, ele condenou os ataques contra civis e militares israelenses em 7 de outubro e exigiu a libertação imediata de todos os reféns. Ao mesmo tempo, ele rejeitou a resposta desproporcional de Israel, que já matou e deslocou milhares de pessoas na Palestina”, completou Mauro Vieira.

Mauro Vieira defende Palestina como membro pleno da ONU

Na oportunidade, o ministro também questionou o fato da Palestina não ser membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU). 

“A decisão sobre a existência de um Estado palestino independente foi tomada há 75 anos pelas Nações Unidas. 139 dos 193 membros já reconhecem a Palestina como um Estado. Por isso, não há qualquer razão para que a Palestina não seja membro de pleno direito das Nações Unidas”, defende Vieira. 

Segundo o Itamaraty, existe disposição brasileira em liderar o esforço pela admissão da Palestina como membro pleno da organização. 

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