Marinheiro que ficou 2 meses à deriva com cão doa animal e volta para casa
Velejador australiano e a cadelinha Bella foram salvos após semanas no Oceano. Ela foi adotada por um dos pescadores que ajudou no resgate
atualizado
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Após dois meses à deriva no Oceano Pacífico, o velejador Timothy Shaddock e a cadelinha Bella precisaram se despedir em terra firme, nesta sexta-feira (21/7). Eles passaram semanas dividindo peixe cru e água da chuva, antes de serem resgatados. Agora estão a caminho do lar: o marinheiro, na Austrália, e o cãozinho foi adotado por um dos pescadores que auxiliaram no salvamento.
Shaddock, de 54 anos, foi encontrado no início desta semana a bordo de uma embarcação danificada. Acompanhado de Bella, ele partiu em abril de La Paz, no México, para uma viagem de 6 mil km rumo a Polinésia Francesa.
Poucas semanas depois, o barco em que eles estavam foi danificado por uma tempestade, impedindo o uso do motor e pedidos de ajuda. Os dois foram localizados por uma embarcação pesqueira, a 2 mil km da costa.
De origem australiana, o marinheiro encontrou a cadelinha preta e marrom no México, pouco antes da viagem, e não quis deixá-la nas ruas. Ela se tornou companheira dele nos meses seguintes, e acabou embarcando na expedição, apesar dos esforços para tentar encontrar um lar adequado para ela em terra.
“Ela é um animal maravilhoso, e eu estou muito grato que ela está viva”, contou Shaddock, em coletiva de imprensa. “Ela é mexicana, ela tem o espírito do país. Eu gosto de estar no mar, mas quando as coisas ficam duras lá fora, você tem que sobreviver… você sente que quer viver”, relatou.
Segundo Shaddock, manter Bella alimentada e satisfeita foi um dos motivos que garantiu a ele a vontade de não desistir, apesar das preocupações de não suportar o dia seguinte. Os dois sobreviveram à base de peixe cru e água da chuva, com os poucos equipamentos de pesca que restaram.
A decisão de deixá-la em território mexicano, no entanto, “foi tomada pela embaixada australiana”, segundo ele. Bella não pode voltar com ele para a Austrália, em função das restrições à entrada de animais no país.
Ainda assim, a história teve um final feliz porque ela foi adotada por um dos pescadores, que auxiliaram no resgate. O velejador espera voltar para casa em breve, onde deve reencontrar a família.