Mais países recomendam que cidadãos saiam da Ucrânia
O Brasil ainda não fez nenhuma recomendação a brasileiros que desejam ir à Ucrânia ou a cidadãos que lá residem
atualizado
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Além dos Estados Unidos, o Japão, a Holanda e a Coreia do Sul também pediram que seus cidadãos que residem na Ucrânia, deixem o país. A nação presidida por Volodymyr Zelensky enfrenta uma crise diplomática com a Rússia.
Em entrevista à NBC News, nesta quinta-feira (10/2), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recomendou, que os norte-americanos residentes na Ucrânia deixem o país “imediatamente”.
“Devem sair agora! Não é como se estivéssemos lidando com uma organização terrorista. Estamos lidando com um dos maiores exércitos do mundo. É uma situação muito diferente e as coisas podem sair do controle rapidamente”, declarou Biden.
No site do Ministério de Relações Exteriores do Japão, o governo publicou nesta sexta-feira uma nota em que pede para seus cidadãos deixarem a Ucrânia, cerca de 150. A embaixada também alertou que voos entre Japão e Ucrânia poderão ser suspensos em breve.
Já a Holanda, elencou diversos tópicos para orientar os cidadãos que residem na Ucrânia. Além disso, é necessário que esse grupo de holandeses preencham um formulário, para que afirmem que estão cientes da situação política do país.
Coreia do Sul e Brasil
Segundo o The Korea Herald, a Coreia do Sul também suspendeu viagens de cidadãos sul-coreanos à Ucrânia e recomendeu a saída dos residentes. As medidas, segundo a imprensa local, começa a valer no próximo domingo (13/2).
“Os sul-coreanos que estão atualmente lá devem evacuar imediatamente para países terceiros seguros ou para a Coreia do Sul por meio de voos disponíveis”, disse o ministério da Relações Exteriores da Coreia do Sul em comunicado, acrescentando que aqueles que planejam viajar para a Ucrânia também devem cancelar suas visitas.
O governo do Brasil, por sua vez, não sei manifestou sobre idas de brasileiros à Ucrânia, tão pouco sobre a permanência de brasileiros.
Mesmo em meio ao clima de tensão, e a demonstração de preocupação dos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve chegar a Moscou na próxima terça-feira (15/2). O roteiro, que também inclui a Hungria, não prevê agendas na Ucrânia.
Imbróglio diplomático
O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O governo russo chegou a ameaçar a Ucrânia, alegando que haverá “graves consequências” caso o país se junte à aliança militar. A Otan, por sua vez, diz que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados da Otan e pela Ucrânia, mais ninguém”.
Os EUA, que lideram a organização, rebateram a Rússia e prometeram uma “forte resposta” caso o país invada Ucrânia -possibilidade descartada publicamente por Moscou.
No entanto, os russos declararam que podem tomar uma ação militar não especificada se suas exigências de segurança não forem atendidas -entre elas, a não entrada da Ucrânia na Otan. Os EUA consideram o pedido inaceitável.
A expansão da Otan é encarada pela Rússia como uma ameaça militar, pois a Ucrânia é vista como um território com o qual eles podem impedir o avanço de forças militares ocidentais.
Desde o fim da União Soviética, em 1991, a Ucrânia é um país independente. No entanto, as histórias do país e da Rússia sempre andaram juntas. Isso porque o berço da Rússia moderna é a Ucrânia.
A Ucrânia já sofreu diversas invasões e chegou a ser incorporada por russos e soviéticos.
As regiões de Donetsk e Luhansk, áreas da divisão com a Rússia, conhecidas como Donbas, estão sob controle de separatistas apoiados pelos russos desde 2014. De lá para cá, ao menos 13 mil pessoas morreram em conflitos armados.
A Rússia afirma que o leste europeu é sua zona de influência e reivindica que os EUA e a Otan deixem de negociar com países da região. Desde o fim da União Soviética, diversos países entraram para a aliança militar e a União Europeia.