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Maduro, da Venezuela, e Ortega, da Nicarágua, declaram apoio a Putin

Crise geopolítica no Leste Europeu tem deixado comunidade internacional em alerta para o risco de uma possível guerra entre Rússia e Ucrânia

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maduro e putin posam para foto e dão aperto de mão
1 de 1 maduro e putin posam para foto e dão aperto de mão - Foto: Reprodução

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (foto em destaque), e o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, declararam, nesta quarta-feira (23/2), apoio ao presidente russo, Vladmir Putin, na investida militar contra a Ucrânia. A crise geopolítica no Leste Europeu tem deixado a comunidade internacional em alerta para o risco de uma possível guerra entre os países.

Maduro, após encontro com ministros, fez um pronunciamento para TV venezuelana e defendeu: “A Venezuela está com Putin, está com a Rússia, está com as causas corajosas e justas do mundo e vamos nos aliar cada vez mais”.

Na mesma tendência, Ortega, considerado um tirano pelo Ocidente, expressou apoio a Putin no reconhecimento das regiões separatistas Donetsk e Luhansk.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

“A Ucrânia está procurando uma maneira de entrar na Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e entrar na Otan é dizer: ‘vamos à guerra com a Rússia’. E isso explica por que a Rússia está agindo do jeito que está: está simplesmente se defendendo”, declarou.

Ortega acrescentou: “Tenho certeza de que, se eles fizerem uma eleição ou um referendo lá, como o que fizeram na Crimeia, tenho certeza de que as pessoas votarão para se juntar à Rússia e retornarão à situação como era antes da queda da União Soviética”, finalizou.

Momento de tensão

O apoio de Maduro e de Ortega ocorre em meio a uma escalada sem precedentes na crise entre a Rússia e a Ucrânia. Esta quarta foi um dos momentos mais tensos desde o início dos embates, em novembro passado.

Na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o risco de um conflito armado dominou os discursos. Representantes da Rússia, Ucrânia, dos Estados Unidos, além do secretário-geral da entidade, António Guterres, falaram sobre o tema. Isso em meio a várias sanções econômicas contra os russos.

O Parlamento ucraniano atendeu ao apelo do presidente Volodymyr Zelensky e aprovou um decreto de estado de emergência válido para todo o país pelo prazo de 30 dias.

Agora, o governo pode impor restrições de deslocamento, na distribuição de informações e no que é divulgado pela mídia, além de exigir documentação de cidadãos. Todos os homens com idades entre 18 e 60 anos podem ser convocados para combate.

Separatistas pedem ajuda militar à Rússia contra “agressão da Ucrânia”. Antes, o serviço de inteligência americano havia informado que tropas russas estariam se movendo para a região.

A União Europeia fechou fronteiras para políticos russos e congelou bens, na tentativa de conter um conflito armado com a Ucrânia e isolar Putin.

Comunidade internacional em alerta

Na segunda-feira (21/2), o presidente Putin reconheceu as regiões separatistas como repúblicas independentes. A decisão foi vista como uma ameaça.

Com isso, nessa terça-feira (22/2), alguns países, como Estados Unidos, Alemanha, França e Reino Unido, anunciaram sanções econômicas ao governo russo para isolar Putin.

Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia têm feito alertas para o risco iminente de uma invasão russa no território ucraniano.

Crise em escalada

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.

Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Nos últimos dias, a crise aumentou. A Rússia enviou soldados para a fronteira com a Ucrânia, reconheceu duas regiões separatistas ucranianas como repúblicas independentes e tem intensificado as atividades militares. A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014, quando anexou a Crimeia ao seu território.

Ucrânia pediu mais armas aos países do Ocidente, sob o argumento de defesa contra a Rússia. Além disso, convocou militares reservistas e liberou o porte de armas a civis.

Putin, por sua vez, acusa os ucranianos de desenvolverem armas nucleares, o que colocaria a segurança de Moscou em risco.

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