metropoles.com

Maduro ameaça dissolver Parlamento e oposição pede intervenção militar

A posse para o segundo mandato do presidente venezuelano foi criticada por EUA, União Europeia, OEA e países sul-americanos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
ARIANA CUBILLOS/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Sob críticas, Maduro toma posse de seu segundo mandato na Venezuela
1 de 1 Sob críticas, Maduro toma posse de seu segundo mandato na Venezuela - Foto: ARIANA CUBILLOS/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Nicolás Maduro assumiu nesta quinta-feira (10/1) seu segundo mandato como presidente da Venezuela sob pressão da comunidade internacional e com uma retórica agressiva contra a oposição. O líder chavista ameaçou dissolver a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, mas sem poderes efetivos há três anos, caso ela promova “um golpe de Estado”. Já os opositores pediram que os militares insatisfeitos derrubem o regime.

A posse foi criticada por EUA, União Europeia, OEA e países sul-americanos. Foi a primeira vez na Venezuela que um presidente assumiu o cargo diante do Judiciário, não do Parlamento. Em seu discurso, Maduro disse que a dissolução ocorreria por meio da Assembleia Constituinte, criada em 2017 para escrever uma nova Constituição e substituir, na prática, o Parlamento controlado pela oposição. Segundo ele, o Legislativo poderia ser fechado e novas eleições convocadas se os constituintes julgassem necessário.

O Parlamento venezuelano segue se reunindo desde que foi eleito, em 2015, e prometeu não reconhecer a presidência de Maduro. Segundo os opositores, é o primeiro governo não democrático desde o fim da ditadura de Marco Pérez Jiménez, em 1958. O Grupo de Lima, composto por países sul-americanos que monitoram a crise, exige que Maduro deixe o cargo e a Assembleia Nacional conduza um governo de transição.

O novo presidente do Parlamento opositor, Juan Guaidó, pediu ontem aos militares insatisfeitos que atuem contra o governo. “Fazemos um pedido às Forças Armadas, aos oficiais honrados que não se deixaram corromper: deem um passo à frente e desconheçam o que não foi produto do voto popular”, afirmou.

Maduro foi eleito em abril do ano passado em uma eleição boicotada pela oposição, com 70% de abstenção e denúncias de fraude. A votação foi antecipada para abril, em uma tentativa de amenizar os efeitos da crise econômica sobre o eleitorado.

Em Washington, a OEA aprovou resolução que não reconhece a legitimidade do novo mandato de Maduro. Em uma votação rápida, que durou cerca de 30 minutos, 19 países do Conselho Permanente aprovaram o texto. O Brasil foi um dos países que lideraram a redação da resolução.

Restauração da democracia
O texto da OEA também pede que todos os membros adotem, de acordo com a legislação internacional e respectivas leis nacionais, “as medidas diplomáticas, políticas, econômicas e financeiras que considerem apropriadas para contribuir com a restauração da democracia na Venezuela”.

O governo americano também não reconheceu a posse de Maduro. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, defendeu que o país inicie a transição para um sistema democrático. O assessor de Segurança Nacional, John Bolton, prometeu aumentar a pressão sobre o regime chavista.

O presidente argentino, Mauricio Macri, disse que a Venezuela hoje é uma ditadura e acusou Maduro de se “vitimizar” perante a comunidade internacional. Em resposta à rejeição internacional, Maduro disparou críticas e não economizou ironias.

O líder chavista afirmou que Iván Duque, presidente da Colômbia, “tem medo” da Venezuela. Sobre o peruano Martin Vizcarra, Maduro disse “que não sabe quem é” e nem “como chegou à presidência do Peru”. Sobrou até para o brasileiro Jair Bolsonaro, chamado por ele de “fascista”.

Posição do Itamaraty
Até a noite desta quinta, nem o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, nem Bolsonaro haviam respondido aos ataques verbais de Maduro. A única reação veio do Itamaraty. Em nota, a chancelaria disse: “O Brasil reafirma seu pleno apoio à Assembleia Nacional, órgão constitucional democraticamente eleito, ao qual neste momento incumbe a autoridade executiva na Venezuela, de acordo com o Tribunal Supremo de Justiça legítimo daquele país”.

“O Brasil confirma seu compromisso de continuar trabalhando para a restauração da democracia e do estado de direito na Venezuela e seguirá coordenando-se com todos os atores comprometidos com a liberdade do povo venezuelano”, encerra a nota.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?