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Maduro diz não ter culpa na indefinição da oposição para adversário

Nicolás Maduro negou ter dificultado a escolha de um adversário para as eleições deste ano e culpou “divisão” da oposição pelo atual cenário

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1 de 1 Imagem colorida de Nicolás Maduro sorrindo - Metrópoles - Foto: Carlos Becerra/Getty Images

Apesar das manobras que têm dificultado a escolha de um adversário da oposição para as eleições presidenciais da Venezuela, Nicolás Maduro afirmou não ter influência no atual cenário de incerteza que cercam o pleito.

“Que culpa eu tenho de a oposição estar tão dividida?”, escreveu o líder chavista em uma mensagem no X, antigo Twitter. “O imperialismo, dono e senhor da oposição, tem de rever os seus fracassos na Venezuela”, disse.

A mensagem de Maduro, que busca a reeleição para um 3º mandato consecutivo, acontece após a coalizão Plataforma Unitária Democrática (PUD) enfrentar dificuldades em registrar um candidato definitivo para o pleito, que acontece no próximo dia 28 de julho.

Primeiro nome da sigla e principal candidata da oposição, María Corina Machado foi declarada impedida de ocupar cargos públicos por 15 anos em junho de 2023, acusada de corrupção durante seu mandado como deputada entre 2011 e 2014. A política tentou recorrer a decisão da Controladoria-Geral da Venezuela, no entanto, em janeiro deste ano o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) confirmou a decisão.

Com isso, a Plataforma Unitária Democrática (PUD) nomeou Corina Yoris como substituta de María Corina Machado. A professora de filosofia, no entanto, enfrentou problemas com a plataforma eleitoral do país e não conseguiu registrar sua candidatura.

A oposição acusou o governo de Nicolás Maduro de dificultar o acesso ao site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O órgão, responsável pelo pleito na Venezuela, prorrogou o prazo de registro por 12 horas e a coligação indicou Edmundo González como candidato provisório até que o prazo para indicação de um nome definitivo se encerre, no próximo sábado (20/4).

Contudo, o cenário de indecisão gerou impasses dentro da própria oposição, e fez com que o atual governador do estado de Zulia – também membro da Plataforma Unitária Democrática (PUD) -, Manuel Rosales, registrasse sua candidatura.

“Essa ação de Rosales foi criticada por Maria Corina Machado, com o argumento de que isso enfraquece a oposição. Nessa linha, a Corina Machado tem tentando se articular com Rosales para que ele retire sua candidatura e a Plataforma tenha um único candidato para as eleições, de forma a concentrar os votos em uma pessoa e aumentar as chances de tirar o Maduro do poder”, explica Stephanie Braun, doutoranda em Relações Internacionais no PPGRI/UERJ e pesquisadora no NEAAPE, OPSA e LERPE.

Além dos nomes ligados a PUD, outros dez candidatos registraram candidaturas para a eleição que definirá o próximo presidente da Venezuela pelos próximos 6 anos. Os nomes, no entanto, não são vistos como favoritos na disputa.

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