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O presidente da França, Emmanuel Macron, já havia indicado, no início desta tarde, que aceitaria a renúncia de Attal e de sua equipe. A decisão do chefe de Estado foi tomada após um conselho de ministros realizado mais cedo.
A demissão do governo permite que os ministros que se reelegeram como deputados nas eleições legislativas antecipadas de 30 de junho e 7 de julho participem na quinta-feira (18/7) da escolha da presidência da nova Assembleia Nacional, cargo altamente estratégico. As negociações seguem a toda velocidade, enquanto o plenário francês continua dividido em três principais blocos e sem uma maioria clara.
Os resultados no segundo turno do pleito permitiram que a aliança de esquerda Nova Frente Popular obtivesse o maior número de deputados (entre 190 e 195 assentos), seguida pela aliança macronista de centro-direita (cerca de 160) e a extrema direita e seus aliados ultraconservadores (143).
Segundo comunicado do Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, Attal e seus ministros continuam responsáveis pelo “tratamento de questões atuais até a nomeação de um novo governo”. Durante o conselho de ministros, Macron deu a entender que essa situação pode durar “algumas semanas”. Fontes próximas ao presidente afirmam que um novo premiê não deve ser nomeado ao menos até o final dos Jogos Olímpicos, realizados na capital francesa de 26 de julho a 11 de agosto.
Attal ficou apenas seis meses no cargo
Após apenas seis meses no cargo, Attal prometeu garantir “até o último minuto” a “continuidade do Estado”, em nome de seu dever e sua “paixão pela França“. Para o campo macronista, “o futuro será escrito” depois que, segundo palavras do premiê, “o pior foi evitado”, em referência à chegada da extrema direita ao poder.
“Não houve nem tensão, nem protestos”, explicou um participante da reunião. No entanto, nas últimas semanas, o campo presidencial deixou claras suas divergências após a dissolução da Assembleia Legislativa e a convocação de eleições antecipadas.
Período de transição
Enquanto a formação de um novo governo segue em suspenso, os diferentes grupos políticos tentam se articular em novas alianças. Na coligação de centro-direita, os olhares se voltam novamente ao partido conservador Os Republicanos, que elegeu 40 deputados no último 7 de julho. Uma fonte que participou da reunião de ministros indicou que Macron quer “uma coligação majoritária ou um grande pacto legislativo”.
Na esquerda, as negociações para a indicação de um candidato ao cargo de primeiro-ministro se acirram. O partido da esquerda radical França Insubmissa, que faz parte da aliança Nova Frente Popular, recusou nesta terça a proposta dos socialistas, comunistas e ecologistas de sugerir como chefe de governo a especialista em mudanças climáticas Laurence Tubiana, de 73 anos.
A falta de acordo desgasta a imagem da coligação progressista e reforça a tese de Macron de que a esquerda não é capaz de formar um governo. “Apenas prolongamos o desânimo, prolongamos esse ressentimento hoje no coração das pessoas”, lamentou nesta terça-feira, em entrevista à rádio RTL, o deputado François Ruffin, dissidente da França Insubmissa.
No centro da crise política, uma certeza: o próximo governo terá de lidar com as finanças públicas no vermelho. A dívida da França chegava a quase € 3,2 bilhões no final de março (próximo de 111% do PIB, contra o limite de 60%, segundo critérios europeus).
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