Lula conversará com presidente do Egito sobre guerra e meio ambiente
Lula terá uma reunião com o presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. Depois, farão um pronunciamento juntos à imprensa
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma agenda cheia nesta quinta-feira (15/2), com autoridades no Egito. O chefe do Executivo chegou à capital Cairo na quarta-feira (14/2).
Nesta quinta, Lula se encontrará com o presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, para uma reunião de acordos bilaterais e um almoço. Depois, ambos farão uma declaração conjunta à imprensa, no início da manhã pelo horário brasileiro.
Os presidentes deverão discutir a guerra entre Israel e o grupo Hamas, da Palestina, as mudanças climáticas, e cooperações em áreas como comércio, educação e defesa.
No fim de 2023, o Egito teve um papel importante ao ceder uma passagem, na região de Rafah, para que brasileiros e familiares pudessem escapar da Faixa de Gaza, enclave do conflito armado entre Israel e Hamas.
A guerra começou em outubro e segue sem resolução, apesar de diversas reuniões da Organização das Nações Unidas (ONU), instituição criticada por Lula pela ausência de medidas mais práticas contra o conflito. A “reforma das organizações internacionais” também é uma pauta prevista entre Lula e Al-Sisi.
Após a reunião com o presidente egípcio, o petista visitará a sede da Liga dos Estados Árabes, no Cairo, e será recebido pelo secretário-geral da organização. Um dos objetivos do grupo, composto por mais de 20 países, é a mediação de conflitos da área. Outro foco é o fortalecimento das relações políticas, econômicas, sociais e culturais.
De noite, Lula embarcará para a capital da Etiópia, Adis Abeba, onde comparecerá à 37ª Cúpula da União Africana e fará reuniões com outros líderes mundiais a partir de sexta-feira (16/2). O chefe do Executivo ficará no país até sábado (17/2) e o retorno para o Brasil está previsto entre os dias 19 e 20 deste mês.
O petista chegou ao Egito na manhã de quarta-feira (14/2) e tirou o dia de folga para conhecer as pirâmides de Gizé, acompanhado da primeira-dama Janja. Eles também visitaram a Esfinge e um novo museu, que ainda não está aberto ao público, ao lado das pirâmides.
Pela rede social X (antigo Twitter), Lula falou ainda ter conversado “sobre o apoio dos egípcios na recuperação do Museu Nacional e seu acervo que pegou fogo em 2018”.
Equilíbrio de agendas
O giro pela África é a primeira viagem internacional de Lula este ano, que trabalha para conciliar as demandas internas e externas. No Brasil, há a necessidade de organização política para as eleições municipais, em um contexto no qual o PT ainda não emplacou nomes competitivos em grandes colegiados eleitorais.
Dessa forma, o partido ao qual o presidente é filiado tenta estratégias para compor chapas, como é o caso de Marta Suplicy (PT) como vice na candidatura de Guilherme Boulos (Psol) para a prefeitura de São Paulo.
Além das eleições, o chefe do Executivo precisa aparar arestas na relação com o Congresso Nacional. Antes de viajar, Lula se encontrou com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, dias após uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Já no campo internacional, este ano é o da presidência do Brasil no G20, o Grupo dos Vinte. A liderança irá até novembro.
Para trabalhar na conciliação, Lula articulou encontros com o presidente da França, Emmanuel Macron, e com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em Brasília. As reuniões estão previstas para março.