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Lukashenko, ditador de Belarus, elogia Putin e a invasão da Ucrânia

O homem conhecido como “o último ditador europeu”, em entrevista, disse que presidente russo “é um atleta e está em sua melhor forma”

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presidentes Aleksandr Lukashenko, de Belarus, e Vladimir Putin, da Rússia
1 de 1 presidentes Aleksandr Lukashenko, de Belarus, e Vladimir Putin, da Rússia - Foto: Mikhail Klimentyev\TASS via Getty Images

Aliado do presidente russo Vladimir Putin, o ditador da Belarus, Aleksandr Lukashenko, elogiou o amigo e defendeu a guerra na Ucrânia.

Em entrevista o canal de televisão japonês TBS, exibida neste sábado (19/3) e repercutida por agências interacionais de notícias, Lukashenko, conhecido como “o último ditador europeu”, sinalizou, mais uma vez, apoio a Putin.

“Estou a par de todos os detalhes do governo e da vida de Putin, e ele é uma pessoa completamente sã e fisicamente saudável; ele é um atleta e está em sua melhor forma”, salientou.

O ditador criticou líderes do Ocidente que descrevem a decisão de invadir a Ucrânia como irracional. O premiê do Reino Unido, Boris Johnson, por exemplo, voltou a dizer que Putin cometeu um “erro catastrófico”.

“O Ocidente deveria tirar essa estupidez da cabeça”, disse o belarusso. “Como dizem aqui, Putin ainda vai marcar presença nos funerais de todos nós”, ironizou.

Alinhado em discurso com o russo, Lukachenko também lamentou o fim da União Soviética (1991), que Putin descreve como a maior catástrofe geopolítica do século passado.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

“Enquanto a União Soviética existia, o mundo era multipolar, um polo equilibrava o outro”, disse Lukashenko. “Agora, a culpa do que está acontecendo no mundo é a monopolização do planeta pelos Estados Unidos”, finalizou.

O território da Belarus foi usado pela Rússia como um dos pontos de partida para o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro. Também serviu, sem sucesso, como ponto de encontro para negociações  de cessar-fogo entre Kiev e Moscou.

Guerra

Nas últimas horas, as tropas russas intensificaram os ataques ao Sul ucraniano. Cidades estão sob forte bombardeio, e o governo da Ucrânia admite que perdeu o acesso ao Mar de Azov.

Neste sábado, a guerra completa 24 dias. A invasão e os bombardeios russos começaram em 24 de fevereiro. Russos e ucranianos tentam, sem sucesso, negociar um acordo de cessar-fogo.

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