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Lukashenko: conheça o ditador que se aliou a Putin na guerra

Conhecido como “o último ditador da Europa”, Lukashenko passou a chamar a atenção nesta semana por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia

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Mikhail Klimentyev\TASS via Getty Images
presidentes Aleksandr Lukashenko, de Belarus, e Vladimir Putin, da Rússia
1 de 1 presidentes Aleksandr Lukashenko, de Belarus, e Vladimir Putin, da Rússia - Foto: Mikhail Klimentyev\TASS via Getty Images

Ele já disse que vodka e sauna curariam os doentes de Covid-19. No poder há quase 28 anos, ele manda sequestrar e prender opositores. É declaradamente autoritário. Trata-se de Aleksandr Lukashenko. O homem conhecido como “o último ditador da Europa” passou a chamar a atenção durante a última semana por causa da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

As tropas do presidente russo, Vladimir Putin, iniciaram a invasão ao território ucraniano por meio de Belarus, nação comandada por Lukashenko. Não parou por aí. O ditador também teria ordenado ataques a míssil contra o vizinho, segundo acusações da União Europeia e organismos internacionais. O tirano nega.

Amigo de Putin, aliado do Kremlin e entusiasta dos padrões da extinta União Soviética (1922-1991), não é surpresa o apoio de Lukashenko à guerra contra a Ucrânia.

E a história carrega as suas particularidades. É na fronteira de Belarus que as duas negociações para uma tentativa de cessar-fogo ocorreram. Terminaram frustradas.

Figurão da elite bielorrussa, Lukashenko é de família pobre, foi criado por um mãe solteira e trabalhou como administrador de uma fazenda. Assumiu a Presidência de Belarus em 1994, mas desde a década de 1980 atua na política. Para ter apoio popular, se apresentou como um homem “honesto”.

Controle do Parlamento e Judiciário

Mas o caminho “democrático” que o levou ao poder sofre sucessivos ataques. Em 1996 aconteceu um dos episódios mais emblemáticos.  Lukashenko dispensou o parlamento que tentava um processo de impeachment contra ele. Além disso, aumentou seu controle sobre o Judiciário.

Ele não está disposto a largar o poder. Aos 67 anos, por meio de um referendo recheado de polêmicas, garantiu efetivamente a Presidência do país até 2035. “Um estilo autoritário de governar é característico da minha pessoa, e sempre admiti isso”, declarou durante entrevista concedida em agosto de 1993.

Ligações com a Rússia

O governo russo oferece apoio a Belarus com o fornecimento de energia a preços baixos. Em troca, o país de Lukashenko vende metade de toda sua produção a Putin.

As duas nações vivem em um “Estado de união” desde abril de 1996. O acordo faz as duas nações conviverem como na extinta União Soviética.

Assim como Putin, Lukashenko  é acusado de violações e abusos de poder. Nem a família escapa. Sua esposa vive reclusa e pouco se sabe dela. O ditador tem um filho, fruto de um relacionamento extraconjugal. Ele é considerado o herdeiro do controle de Belarus.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

A guerra

Tropas russas invadiram o território ucraniano em 24 de fevereiro. A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos.

Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética.

O recrudescimento dos ataques, com mísseis, atentados contra usinas nucleares e bombardeios contra civis, fez a comunidade internacional impor sanções econômicas contra a Rússia.

Bancos russos foram excluídos do sistema bancário global. Além disso, marcas e empresas suspenderam operações no país. O Banco Central e oligarcas, que são multimilionários, não podem realizar transações na Europa e nos Estados Unidos.

Além disso, a Rússia sofre pressão político-diplomática. Entidades como a União Europeia e a Organização das Nações Unidas (ONU) condenaram a invasão.

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