Lista de nomes associados a Jeffrey Epstein pode incluir Bill Clinton
A lista de nomes ligados a Epstein após condenação por abuso de menores inclui nomes como Bill Clinton e outras figuras importantes
atualizado
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Mesmo após a morte, o criminoso sexual e magnata Jeffrey Epstein deve impactar a sociedade estadunidense. A Justiça dos Estados Unidos deve revelar, ainda nesta terça-feira (2/1), lista de possíveis 200 nomes de clientes associados a Epstein e à esposa dele, Ghislaine Maxwell.
Os documentos fazem parte de um processo por difamação movido pela advogada Virginia Giuffre contra Maxwell. Segundo ela, Epstein e a mulher a obrigaram a ter encontros sexuais com pessoas poderosas. Nos arquivos, há pelo menos 187 menções a supostos “J. Doe”, que, agora, terão os nomes revelados.
A juíza Loretta Preska pontuou que muitos já foram divulgados pela mídia ou expostos no julgamento de Maxwell, que, atualmente, cumpre 20 anos de prisão por crimes cometidos junto a Epstein. As crianças vítimas da dupla, no entanto, não terão as identidades reveladas.
Possíveis nomes
Entre os nomes que poderão estar na lista há empresários, nomes da realeza britânica e até mesmo ex-políticos. A previsão é de que o documento seja um misto de acusados por irregularidades, potenciais testemunhas, funcionários de Epstein e frequentadores da ilha e do avião particular do magnata.
Um dos mais prováveis nomes é o do príncipe Andrew, duque de Iorque, filho da rainha Elisabeth e do príncipe Philipe, duque de Edimburgo. Processado por Johanna Sjoberg, o duque é acusado de ter apalpado o seio dela em 2001, enquanto ela estava sentada em um sofá no apartamento de Epstein.
A advogada Giuffre também acusou Andrew de ter abusado dela quando ela tinha 17 anos. Para escapar do processo, o homem pagou 10 milhões de euros (US$ 12,6 milhões) para que ela retirasse a acusação, o que realmente aconteceu.
Bill Clinton
De acordo com a ABC News, o nome do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton aparece 50 vezes durante o processo, embora sem ilegalidades implicadas. Nos anos 2000, o político realizou viagens humanitárias à África juntamente com Epstein.
Antes de as investigações começarem, o ex-líder dos EUA cortou relações com Epstein e disse que não sabia sobre os atos ilícitos do ricaço.
Quem era Jeffrey Epstein
Epstein nasceu e cresceu em Nova York, onde estudou física e matemática, sem nunca se formar. Nos anos 70, deu aulas em uma escola privada.
O pai de um de seus alunos teria se impressionado com as habilidades de Epstein, e o colocou em contato com um sócio do banco de investimentos Bear Stearns, em Wall Street. Em 4 anos, se tornou sócio e, em 1982, criou sua própria empresa, a J Epstein and Co..
O negócio consistia em administrar recursos de clientes e foi um grande sucesso, chegando a valer mais de US$1 bilhão. Nessa época, Epstein começou a socializar com artistas, celebridades e políticos. Em uma entrevista para a revista New York, em 2002, o ex-presidente Donald Trump afirmou que Jeffrey era “um cara ótimo”.
“É divertido estar com ele. Dizem que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, mas muitas delas são mais jovens. Não há dúvidas: Jeffrey aproveita sua vida social”, disse Trump na época.
Condenação
Em 2005, os pais de uma adolescente de 14 anos denunciaram Epstein por abuso sexual. O crime teria ocorrido na mansão do magnata, em Palm Beach. Durante buscas na residência, foram encontradas fotos da menina e de outras menores de idade.
No entanto, Epstein conseguiu escapar das denúncias com um acordo judicial, sendo condenado a 18 meses de prisão, onde poderia sair para trabalhar por 12 horas por dia, seis dias por semana. Ele foi libertado 13 meses depois.
Em 2018, o Miami Herald publicou uma investigação sobre o caso, revelando que o então procurador federal Alexander Acosta propôs o acordo para esconder a extensão dos crimes e participação de pessoas poderosas no esquema. A reportagem trouxe o depoimento de várias mulheres que teriam sido abusadas por Epstein.
Em 2019, Jeffrey Epstein foi preso em Nova York por várias acusações, incluindo tráfico sexual, e transferido para o Centro Correcional Metropolitano, em Lower Manhattan. Em agosto do mesmo ano, Epstein foi encontrado morto na cela. A declaração oficial da morte dele foi de suicídio por enforcamento.