Líderes mundiais reagem ao assassinato de general iraniano
Nações e organizações se dividem entre temos de “escalada” do confronto no Oriente Médio e apoio aos EUA ou ao Irã
atualizado
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O assassinato do general iraniano Quassim Suleimani, figura-chave da influência da República Islâmica no Oriente Médio, morto em um ataque americano na madrugada desta sexta-feira (03/01/2020), em Bagdá, provocou preocupações em todo o mundo. Com pedidos de calma para evitar uma “escalada” das tensões entre Estados Unidos e Irã, enquanto Teerã promete represálias, alguns dos principais líderes mundiais se manifestaram ao longo desta manhã.
Confira abaixo:
Iraque
O primeiro-ministro iraquiano Adel Abdel Mahdi estimou que o ataque americano “iniciaria uma guerra devastadora no Iraque”. “O assassinato de um comandante militar iraquiano ocupando um posto oficial é uma agressão contra o Iraque, seu Estado, seu governo e seu povo”, ressaltou.
Líbano
O líder do movimento xiita libanês Hezbollah, grande aliado do Irã, prometeu “a justa punição” aos “assassinos criminosos” responsáveis pela morte do general iraniano.
Palestina
O movimento islâmico Hamas, no poder na Faixa de Gaza, condenou o ataque contra “o mártir” Quassim Suleimani, “um dos mais eminentes senhores iranianos da guerra”, classificando sua morte como “crime americano que aumenta as tensões na região”.
Já o grupo armado Frente Popular de Libertação da Palestina (PFLP) pediu uma resposta “coordenada” das “forças de resistência” na região.
Rússia
A Rússia alertou para as consequências da operação “perigosa” americana, que resultará no “aumento das tensões na região”, segundo seu ministério das Relações Exteriores.
Para o presidente Vladimir Putin, o assassinato de Suleimani ameaça “seriamente agravar a situação” no Oriente Médio.
Organização das Nações Unidas (ONU)
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, estimou que “o mundo não pode permitir uma nova guerra no Golfo”, e apelou aos líderes para “fazerem prova de máxima contenção” neste momento de tensões.
União Europeia (UE)
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou que o “ciclo de violência, de provocações e de represálias deve cessar. Uma escalada deve ser evitada a todo custo”.
O ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, apelou a “todas as partes à desescalada”.
“Sempre reconhecemos a ameaça agressiva da força iraniana Al-Qods liderada por Quassim Suleimani. Após sua morte, pedimos a todas as partes que diminuam a escala. Outro conflito não é de forma alguma do nosso interesse”, declarou.
A França também considerou que “a escalada militar é sempre perigosa”. “Nosso papel não é ficar de um lado ou de outro, é falar com todos”, disse a secretária de Estado para os Assuntos Europeus, Amélie de Montchalin, assegurando que Paris procura criar “as condições para a paz em qualquer caso para a estabilidade”.
China
A China também expressou sua “preocupação” e pediu “calma” com a situação. “Pedimos a todas as partes envolvidas, principalmente aos Estados Unidos, que mantenham a calma e exercitem auto-controle para evitar novas tensões”, disse um porta-voz da diplomacia, Geng Shuang.
Síria
O governo sírio denunciou uma “vergonhosa agressão americana”, advertindo para uma “grave escalada” para o Oriente Médio, informou a agência oficial Sana.
O presidente Bashar al-Assad, apoiado militarmente por Teerã, assegurou que o “apoio do general Suleimani ao Exército sírio não será esquecido”.
Iêmen
Os rebeldes iemenitas huthis, apoiados por Teerã, apelaram por meio da voz de Mohammed Ali al-Huthi, uma autoridade da direção política rebelde, a “represálias rápidas e diretas”.
Israel
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel “Apoia os Estados Unidos em sua luta justa pela paz, segurança e autodefesa”.