Líderes europeus definem rumos do bloco após “Brexit”
Os líderes prometeram colaborar ainda mais na proteção das fronteiras do bloco, no combate ao terrorismo e nos esforços para impulsionar a economia da região
atualizado
Compartilhar notícia
Vinte e sete líderes da União Europeia (UE) tentaram esboçar uma agenda, nesta sexta-feira, com o objetivo de colocar o bloco no caminho da recuperação após o plebiscito no Reino Unido, em que os britânicos decidiram pelo “Brexit”. Houve, no entanto, sinais imediatos de grandes divisões no continente, particularmente sobre imigração.
No final da reunião na capital da Eslováquia, Bratislava, os líderes prometeram colaborar ainda mais na proteção das fronteiras do bloco, no combate ao terrorismo e nos esforços para impulsionar a economia da região. Eles disseram que essa era a única maneira de contrariar o que eles chamaram de “soluções simplistas” de movimentos populistas e nacionalistas.
No entanto, o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi, que enfrenta forte pressão política em seu país, disse que não se juntaria aos líderes da França e da Alemanha em uma coletiva de imprensa porque não estava “satisfeito com as conclusões sobre o crescimento da migração”.
Renzi reclamou que os outros países não dividiram o fardo da crise imigratória de forma homogênea e disse que para descrever as conclusões como um progresso seria preciso um ato de “imaginação”. “As mesmas coisas foram ditas novamente”, disse.
O chefe do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que os líderes concordaram em “jamais permitir o retorno de fluxos descontrolados de refugiados do ano passado, e em garantir pleno controle de nossa fronteira externa”.
Embora a reunião tenha sido originalmente convocada para ajudar os líderes europeus a se prepararem para as negociações sobre os termos da saída do Reino Unido, a primeira-ministra britânica, Theresa May, ainda não iniciou essas conversas. Apesar de alguma pressão por parte de países como França e Bélgica, May sinalizou que não vai negociar neste ano.
“As negociações precisam levar a um resultado em que fique claro que vale a pena ser um membro da UE, que existem mais vantagens que desvantagens”, disse o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. “Para ser franco, diferentemente do Reino Unido, nós sabemos o que queremos”, completou.
Nas discussões, os líderes mapearam diversas areais importantes para se focarem e definiram um calendário de seis meses para começarem a realizar mudanças. Novas reuniões acontecerão em Malta, no começo do próximo ano e na Itália, em março.