Líderes europeus chegam a um acordo sobre refugiados
A chanceler alemã se disse otimista com o resultado e o primeiro-ministro italiano afirmou estar aliviado
atualizado
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Já eram cinco horas da manhã desta sexta-feira (29/6), em Bruxelas, quando os 28 líderes europeus conseguiram chegar a um acordo sobre o tema mais desafiante da União Europeia: os refugiados. Os principais pontos do consenso foram a criação de centros de controle para receber os migrantes em países voluntários e o aumento do financiamento a países como Turquia e Marrocos, com objetivo de conter o grande fluxo migratório da região.
A reunião do Conselho Europeu teve início na noite desta quinta (28/6) e entrou pela madrugada de sexta (29) cercada por muita tensão. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, logo no início do encontro, ameaçou usar seu poder de veto para impedir qualquer acordo.
O encontro terminou nove horas depois, com um consenso entre os líderes, que se comprometeram a cooperar. A chanceler alemã Angela Merkel se disse otimista com o resultado, apesar de saber ter muito trabalho pela frente.
Argumentação
“Após uma discussão intensa sobre o tema mais desafiador para a União Europeia, isto é, a migração, é um bom sinal termos chegado a um acordo sobre um texto comum. A presidência austríaca terá muito trabalho a fazer”, afirmou Merkel.
O primeiro-ministro italiano afirmou estar aliviado após o acordo. “No final deste Conselho Europeu, temos uma Europa mais responsável e mais unida. A Itália já não está sozinha”, disse.
O presidente francês Emmanuel Macron ressaltou a superação das diferenças entre os países “Nós (países europeus) não somos uma ilha. E devemos ser capazes de enfrentar este desafio, permanecendo leais aos nossos valores e protegendo o nosso povo e a coesão nacional. Hoje à noite, demos um passo importante. Muitos previram a impossibilidade de um acordo. Muitos previram o triunfo das soluções nacionais. Hoje, conseguimos encontrar uma solução europeia e uma maneira de trabalhar em cooperação”, afirmou.
Principais pontos
Entre os pontos de convergência, os líderes europeus acordaram em reforçar o controle das fronteiras externas da União Europeia, além de criar plataformas de desembarque para migrantes resgatados do mar. Essas plataformas devem selecionar os migrantes por razões econômicas das pessoas possibilitadas a pedir asilo.
Outro ponto é a criação de centros de controle em países voluntários, de onde os migrantes serão acolhidos e redistribuídos, conforme disponibilidade oferecida pelos países europeus, cumprindo assim o desejo italiano de uma “responsabilidade compartilhada”.
Um terceiro ponto é o financiamento a países do Norte da África e para a Turquia, numa tentativa de impedir a saída de migrantes desses países.