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Líderes das Coreias protagonizam encontro histórico

Na pauta, chefes dos dois países se comprometeram a estudar a possibilidade de selar um acordo de paz

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KOREA SUMMIT PRESS/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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1 de 1 coreia - Foto: KOREA SUMMIT PRESS/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Os líderes das Coreias do Norte e do Sul protagonizaram um encontro histórico em Panmunjon, área desmilitarizada entre os dois países. Pontualmente às 21h30, desta quinta-feira (26/4) — horário de Brasília — Kim Jong-un e Moon Jae-in cumprimentaram-se com um longo aperto de mão antes de seguirem para a Casa da Paz, onde conversaram sobre a possibilidade de selar um acordo de paz entre as duas nações.

As comitivas dos dois líderes ainda fizeram pausa para almoço. Em seguida, Kim Jong-un e Moon Jae-in plantaram uma árvore para simbolizar o ato de prosperidade e união. Na pauta da primeira reunião de cúpula das Coreias, o ditador norte-coreano e o líder do sul também se comprometeram a estudar estratégias para colocar fim ao programa nuclear do governo de Pyongyang.

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A reunião é considerada um marco na relação entre os países, historicamente marcada por hostilidades

 

Em tom bem menos beligerante do que o visto em meados de 2017, quando estava a todo vapor o programa nuclear norte-coreano, Kim Jong-un disse que o encontro marca o início de uma “nova história” entre os dois países.

“Não vamos voltar atrás, vamos apenas olhar para o futuro”, afirmou Kim, que estava frente a frente com Moon e sob os olhos dos principais canais de notícias do planeta. “Vamos falar francamente de problemas e temas de interesse mútuo. Eu vim aqui com a sensação de que estamos na linha de partida da paz, da prosperidade e de uma nova era para as relações norte-sul.”

O presidente sul-coreano respondeu que eles devem chegar a um compromisso mútuo “ousado”. “Queremos dar um grande presente de paz ao nosso povo e à humanidade”, afirmou.

A reunião é considerada um marco na relação entre os países, historicamente marcada por hostilidades. A última tentativa de diálogo ocorreu há mais de uma década, em 2007, quando a Coreia do Norte também se mostrou interessada em estabelecer trégua. No entanto, não cumpriu as promessas negociadas à época. Kim Jong-un é o primeiro líder norte-coreano a visitar o território vizinho desde a Guerra das Coreias, encerrada em 1953.

Em 29 de março, representantes das duas nações se reuniram para conversas diplomáticas do alto escalão. O objetivo era justamente organizar detalhes do encontro realizado nesta quinta (26). Esse primeiro encontro aconteceu na fronteira desmilitarizada entre os dois países.

Tratado de paz
Os líderes das Coreias do Sul e do Norte concordaram em buscar um tratado de paz ainda este ano mas não deram detalhes sobre o programa nuclear do regime norte-coreano, deixando incertezas sobre a disposição de Pyongyang em abrir mão de seu arsenal.

Após o encontro de oito horas e meia na zona desmilitarizada, os dois presidentes decidiram tomar medidas para reduzir as tensões, iniciar conversas com os EUA – que também podem incluir a China – e estabelecer um escritório de relações intercoreanas

Um comunicado conjunto, chamado Declaração de Panmunjon, também prevê que seja iniciado o reencontro de famílias de ambos os lados, separadas pela Guerra da Coreia, e uma viagem de Moon a Pyongyang para uma nova reunião de cúpula durante o outono asiático.

Num momento surreal de um dia repleto de simbolismos, Kim e Moon deixaram seus assessores e caminharam lado a lado em direção ao banco de um parque, onde conversaram por mais de meia hora.

“Vamos trabalhar para evitar outra horrível guerra”, disse Kim, após assinar a declaração conjunta. “Com um idioma, uma cultura e uma história, as Coreias do Norte e do Sul se juntarão como uma nação.”

Em um pódio próximo a Kim, Moon classificou o progresso de Pyongyang na questão nuclear, incluindo uma promessa feita por Kim recentemente de congelar testes nucleares e o lançamento de mísseis de longo alcance, como um “começo valioso”.

No comunicado, as Coreias confirmaram compartilhar o mesmo objetivo de perseguir “a completa desnuclearização da Península Coreana”. O texto conjunto cita a palavra “paz” 11 vezes, mas menciona “nuclear” e “desnuclearização” apenas quatro vezes, mostrando a ênfase de ambos os lados em reduzir as hostilidades e construir novos laços.

EUA
Segundo a Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acompanhou o evento pela pela TV. Em maio, Trump deve se encontrar com Kim Jong-un.

Nesta sexta (27), Trump se manifestou nas redes sociais, como de costume. Descreveu como “histórica” a reunião de cúpula realizada pelos líderes da Coreia do Sul e da Coreia do Norte, mas ressaltou que “só o tempo dirá” qual será seu resultado.

“Depois de um ano furioso de lançamentos de mísseis e de testes nucleares”, ocorre uma reunião entre as Coreias, comentou Trump há pouco em sua conta no Twitter. “Boas coisas estão acontecendo, mas só o tempo dirá”, acrescentou.

Em outra mensagem na rede social, Trump afirmou, enfaticamente, que a guerra coreana vai acabar e que os EUA e seu “grande povo” devem ficar muito orgulhosos pelo que está se desenrolando nas Coreias. (Com informações da Agência Estado)

 

 

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