Líder do Pussy Riot escapa da Rússia vestida de entregadora de comida
Maria V. Alyokhina já foi presa diversas vezes por se manifestar em prol dos direitos humanos. Ela estava em prisão domiciliar
atualizado
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A líder da banda russa Pussy Riot, Maria V. Alyokhina, vestiu-se de entregadora de comida para escapar da Rússia, segundo reportagem divulgada nesta terça-feira (10/5) pelo jornal The New York Times.
A artista de 33 anos é conhecida por suas manifestações políticas em prol dos diretos humanos, e já foi presa diversas vezes, incluindo seis desde junho de 2021. Em abril, Vladimir Putin converteu a prisão domiciliar a que foi sentenciada para 21 dias em uma penitenciária.
Antes da transferência, no entanto, a jovem se disfarçou como entregadora de comida para despistar os policiais que a vigiavam. Ela deixou seu celular no local para ludibriar a polícia de Moscou e evitar ser localizada pelo GPS do aparelho.
Um amigo a levou de carro até a fronteira do país com Belarus, e, após três tentativas, ela conseguiu um documento que lhe garantiu entrada no país. De lá, Alyokhina pegou ônibus até a Lituânia, onde está escondida.
“Fiquei feliz que consegui, porque foi algo não planejado e grande”, disse ao jornal. “Eu ainda não entendo completamente o que eu fiz.”
A jovem relata que o plano parecia impossível, mas que não foi tão difícil quanto esperava. “Daqui, parece um grande demônio, mas é muito desorganizado quando você olha de dentro. A mão direita não sabe o que a esquerda está fazendo”, relata.
As russas do Pussy Riot ficaram internacionalmente conhecidas pelos seus protestos em forma de shows na Rússia. Diversas de suas integrantes já foram detidas por manifestações que visam defender os direitos humanos, e especialmente os direitos das mulheres. O grupo iniciará uma turnê nesta quinta-feira (12/5) em Berlin para arrecadar fundos para a Ucrânia.
A banda
A manifestação mais famosa do grupo foi na Catedral de Cristo Salvador de Moscovo em 2012, onde Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alyokhina foram presas e acusadas de vandalismo motivado por intolerância religiosa. Dias depois, Yekaterina Samutsevich também foi detida por conta do protesto.
Vladimir Putin, um dos maiores alvos da banda, declarou que elas haviam “solapado os fundamentos morais” da nação. Enquanto estavam presas, as integrantes também alegaram ter sofrido tratamento cruel das autoridades.
Em 2013, elas foram liberadas por conta de uma anistia geral concedida por Putin em homenagem ao 20º aniversário da constituição da Rússia pós-soviética. O evento também libertou diversos outros presos políticos notáveis, como Mikhail Khodorkovsky e membros do Greenpeace.
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