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Líder do grupo Wagner usa martelo como instrumento de terror e tortura

Grupo Wagner, formado por mercenários que ajudavam a Rússia na Guerra da Ucrânia, se rebelou e prometeu ataques contra militares russos

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Wagner/Anadolu Agency via Getty Images
Reprodução de vídeo com o chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, fazendo um discurso após o quartel-general do Distrito Militar do Sul estar cercado por combatentes do grupo paramilitar Wagner em Rostov-on-Don
1 de 1 Reprodução de vídeo com o chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, fazendo um discurso após o quartel-general do Distrito Militar do Sul estar cercado por combatentes do grupo paramilitar Wagner em Rostov-on-Don - Foto: Wagner/Anadolu Agency via Getty Images

O fundador e líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin – chefe da milícia que ganhou destaque no cenário internacional após tentar promover um motim contra o governo de Vladmir Putin –, promove uma cultura de medo, e utiliza uma ferramenta como símbolo de terror e tortura: o martelo.

Em janeiro, no campo de treinamento onde o grupo Wagner foi fundado, Prigozhin pediu reforço nos treinamentos com a ferramenta que, segundo ele, é a marca registrada dos próprios métodos. As informações foram reveladas em reportagem do Fantástico.

Ao longo dos últimos anos, os mercenários que provocaram uma crise no Kremlin, acumulam acusações de extermínio, estupros coletivos e tortura. O primeiro registro de ataque a “marteladas” foi em 2017, quando um soldado do exército do governo, liderado por Bashar Al-Assad, foi torturado.

Veja o vídeo [imagens fortes]:

Em 2022, novas denúncias apareceram quando vazaram imagens da agressão a um integrante da milícia, que tentou deixar o grupo e acabou espancado com a mesma marreta usada na Síria.

Surgido em 2014, o Grupo Wagner é uma companhia privada de mercenários que atuam em guerras pelo mundo. Desde o ano de fundação, a milícia está presente na península ucraniana da Crimeia e chegou a ajudar forças separatistas apoiadas pela Rússia a tomar a região.

Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 2022, o governo russo contou com a ajuda do grupo para avançar nas batalhas contra o exército de Volodymyr Zelensky, como nos embates das cidades de Bakhmut e Soledar.

Quem integra o grupo?

Acredita-se que o grupo paramilitar seja composto principalmente por ex-soldados de elite do exército russo, além de prisioneiros e civis do país de Putin. Em um vídeo que circula na internet desde setembro de 2022 mostra o líder do Wagner, Yevgeny Prigozhin, no pátio de uma prisão russa.

Ele fala com uma multidão de condenados e promete que, se eles atuarem na Ucrânia por seis meses, suas sentenças seriam alteradas. Estima-se que o Grupo Wagner tenha até 20 mil soldados lutando na Ucrânia.

Ameaças na Rússia

Desde 2000, quando assumiu o poder na Rússia, Vladimir Putin não enfrentou crise interna semelhante à vivida no último fim de semana. A tensão com o grupo mercenário Wagner, aparentemente superada, ainda tem impacto incerto na guerra da Ucrânia, mas colocou uma possível rebelião militar no contexto geopolítico internacional e prejudicou a imagem do presidente russo.

Putin falou uma única vez sobre a rebelião e, em um primeiro momento, classificou o motim como uma “punhalada nas costas”. O líder dos paramilitares, porém, continuou se declarando leal ao presidente russo. Yevgeny Prigozhin diz apontar suas armas somente contra o Ministério da Defesa, chefiado por Serguei Choigum, e o comandante das Forças Armadas do país, o general Valeri Gerassimov.

Após o recuo do grupo Wagner no fim do dia, o presidente russo mudou a estratégia, e o Kremlin optou por não punir Prigozhin. A decisão foi interpretada como sinal de fragilidade, mas também como uma tentativa de manter sua imagem intacta.

Quem negociou o acordo para fim da rebelião foi Alexandr Lukashenko, presidente da Bielorrússia. O aliado do presidente russo garantiu ao grupo Wagner segurança em suas fronteiras e, dessa forma, Prigozhin aceitou recuar para o país vizinho, também usado para lançar ataques contra a Ucrânia.

De qualquer forma, a Rússia perde um importante aliado na guerra da Ucrânia. Não é possível confirmar o número de combatentes do grupo Wagner, mas os Estados Unidos estimam que eles tinham 50 mil soldados destacados para a guerra. À Reuters John Kirby, representante da Casa Branca, disse que, ao fim de 2022, cerca de 10 mil homens do exército privado seriam contratados e 40 mil eram condenados recrutados das prisões russas.

Atuação em outros locais

O Grupo Wagner também já atuou no continente africano, fornecendo apoio e segurança para mineradoras russas e outros clientes. A Rússia tem sido acusada de usar o grupo como uma ferramenta para obter controle sobre os recursos naturais na África, bem como para influenciar a política e os conflitos em nações estrangeiras, incluindo Líbia, Sudão, Mali e Madagascar.

Também há notícias sobre a presença de combatentes do Grupo Wagner na Síria.

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