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Líbano denuncia morte de 3 jornalistas por Israel: “É crime de guerra”

Ataque aéreo israelense noturno atingiu profissionais de imprensa em uma área até então poupada dos bombardeios no sul do Líbano

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Nir Keidar/Anadolu via Getty Images
Jornalistas fotografam a área de confronto entre as forças israelenses e palestinas
1 de 1 Jornalistas fotografam a área de confronto entre as forças israelenses e palestinas - Foto: Nir Keidar/Anadolu via Getty Images

Três jornalistas libaneses foram mortos em um ataque aéreo israelense noturno em uma área até então poupada dos bombardeios no sul do Líbano, informaram os meios de comunicação locais nesta sexta-feira (25/10). O ministro da Informação do Líbano denunciou o ocorrido como um “crime de guerra”.

“Nosso correspondente em Zahle relatou a morte de três jornalistas durante um ataque israelense em Hasbaya”, informou a Agência Nacional de Informação libanesa (ANI), acrescentando que aviões militares israelenses realizaram bombardeios às 3h30 (21h30 no horário de Brasília) perto da fronteira síria.

A rede pró-Irã Al Mayadeen anunciou que o cinegrafista Ghassan Najjar e o engenheiro de transmissão Mohammad Reda foram mortos no ataque aéreo israelense que visou uma “residência de jornalistas em Hasbaya”. Ghassan Najjar “era um pai que arriscou a vida por uma causa justa, determinado a revelar a verdade, e foi morto a sangue-frio”, informou a rede.

“O inimigo israelense esperou a pausa noturna dos jornalistas para surpreendê-los enquanto dormiam”, declarou o ministro libanês da Informação, Ziad Makari, em uma publicação na rede social X. “Trata-se de um assassinato (…) pois havia ali 18 jornalistas representando sete instituições de mídia. Isso é um crime de guerra”, acrescentou ele.

Na quarta-feira (23/10), a mesma rede informou que um ataque israelense atingiu um escritório que já havia sido esvaziado em Beirute. A emissora Al-Manar, do Hezbollah, informou que o repórter Wissam Qassem também foi morto no ataque israelense em Hasbaya.

A mídia local relatou que o ataque aéreo atingiu um hotel em Hasbaya, cerca de 50 km ao sul da capital libanesa, e que os jornalistas haviam se mudado para essa localidade no mês passado. Habitada majoritariamente por drusos, Hasbaya tinha, até então, permanecido a salvo de ataques israelenses desde o início do conflito entre o Hezbollah libanês e Israel há mais de um ano.

Área reservada para a imprensa

Os profissionais de mídia haviam fugido de uma localidade mais ao sul após um ataque israelense que atingiu uma casa alguns dias depois de pessoas deslocadas terem se instalado na região. Um jornalista presente informou à AFP que o ataque aconteceu enquanto os jornalistas dormiam.

Um vídeo transmitido pela rede Al-Jadeed mostra o repórter Mohammad Farhat, que estava no hotel, com o rosto coberto de poeira cinzenta, em frente à cama soterrada sob os escombros de seu bangalô.

“O inimigo israelense visou o alojamento dos jornalistas em Hasbaya; viemos para cá depois de sermos expulsos de Marjayoun”, diz ele no vídeo. “O inimigo israelense teme a palavra e a voz da verdade que revela seus crimes”, acrescenta.

Segundo a jornalista Darine Heloué, da Sky News Arabia, dezenas de bangalôs foram atingidos, embora estivesse “claramente indicado que esta área era reservada à imprensa”.

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