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Libaneses fogem para Beirute, mas clima também é tenso na capital

Os bombardeios de Israel contra o Líbano na segunda-feira (23/9) levaram milhares de libaneses a fugir das áreas atingidas no sul do país

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Omar El Bsat/Anadolu via Getty Images
Imagem olorida de Libanses fogindo de locais de bombardeios
1 de 1 Imagem olorida de Libanses fogindo de locais de bombardeios - Foto: Omar El Bsat/Anadolu via Getty Images

Os bombardeios de Israel contra o Líbano nessa segunda-feira (23/9) levaram milhares de libaneses a fugir das áreas atingidas no sul do país e no Vale do Bekaa, e buscar refúgio em outras regiões. Durante toda a noite de segunda-feira e manhã desta terça-feira (24/9), longas filas de carros se dirigiam a Beirute e outras cidades.

“Faz seis horas que estamos presos em um engarrafamento e estamos longe de nosso destino”, disse à RFI o pai de uma família bloqueada em uma imensa fila de carros.

“Estamos na metade do caminho e nossos filhos não aguentam mais. Tudo o que queremos é chegar em um lugar seguro. Estamos indo para Beirute, onde não conhecemos ninguém”, completou ele.

Mas a capital libanesa está longe de ser um local seguro, como relatou à RFI Elisaar Baalbaki, moradora do subúrbio da cidade.

“Nossos filhos estavam na escola e ficamos sabendo que talvez Beirute seria bombardeada. Começamos a nos perguntar: o que vamos fazer com os nossos filhos? Como eles vão poder voltar para casa da escola sãos e salvos? Há filas nos postos de gasolina. Será que começamos a armazenar alimentos e medicamentos? É triste. Não aguentamos mais”, disse ela.

Os bombardeios de segunda-feira, de intensidade sem precedentes desde o início das trocas de tiros na fronteira israelo-libanesa em outubro de 2023, atingiram cerca de 1.600 alvos no sul do Líbano e no Vale do Bekaa, no leste, redutos do Hezbollah, segundo informou o Exército israelense.

Os ataques causaram 492 mortes, incluindo de 35 crianças e 58 mulheres, além de 1.645 feridos, de acordo com as autoridades libanesas. O Exército israelense informou sobre as mortes de um “grande número” de membros do Hezbollah.

“Escutamos os bombardeios, já que estamos a uma dezena de quilômetros de Beirute. Então escutamos os que caem na periferia sul de Beirute e também os aviões passando”, relata à RFI Mikael Serhal, médico em uma clínica da periferia da capital.

“O clima geral é tenso, vemos que tem um movimento de pessoas fugindo do sul depois das notícias de bombardeio. E também tem o Ministério da Saúde que nos informa regularmente da situação dizendo que os médicos devem estar disponíveis se tiver transferência de feridos. Neste momento estamos todos de plantão. Tudo é possível, temos que estar prontos para receber feridos”, diz.

O médico diz que foram organizados comitês de crise, com grupos no WhatsApp, de médicos, enfermeiros e pessoal da saúde para administrar eventuais chegadas de feridos aos hospitais. “O Ministério da Saúde também elaborou uma lista de todos os médicos presentes, com mensagens que chegam no decorrer do dia”, explicou.

Beirute como um símbolo

“Para a maioria dos libaneses, Beirute é um ponto simbólico”, explica Jadd Hilal-Giuliani, escritor, professor e pesquisador franco-libanês-palestino. “Quando os conflitos estavam localizados no sul do Líbano, o significado não era o mesmo de uma intervenção em Beirute, porque temos o traumatismo de 2006, e mesmo antes, que cada vez que houve uma intervenção em Beirute, foi desastroso para os civis”, diz fazendo referência ao conflito entre Israel e o Líbano, em 2006, que durou 33 dias, causando cerca de 1.200 mortos e 4.000 feridos e levaram ao êxodo um milhão de pessoas.

“Depois do que passou com os pagers e walkie talkies, há muitos cenários possíveis. Pode ser uma primeira etapa (para uma operação terrestre), pode ser a construção de um terreno com a saturação dos hospitais, a localização por Israel dos líderes do Hezbollah e das tropas de elite, que foram muito impactadas por Israel”, diz.

Leia mais reportagens como essas no RFI, parceiro do Metrópoles.

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