Kiev reage à Rússia e mobiliza tanques para expulsar tropas invasoras
A TV ucraniana está exibindo tutoriais à população de como montar coquetéis molotov. Governo distribuiu 18 mil fuzis a civis
atualizado
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O Ministério do Interior ucraniano confirmou que militares do país iniciaram uma operação para expulsar invasores de Kiev, capital do país e coração do poder. Nesta sexta-feira (25/2), em comunicado oficial, o governo informou que tanques militares foram colocados nas ruas da cidade. A reação ocorre horas após tropas russas chegarem à cidade.
A TV ucraniana está exibindo tutoriais à população de como montar coquetéis molotov — tipo de arma química incendiária. Essa seria uma forma de deter os invasores russos. Além disso, o governo confirmou a distribuição de 18 mil fuzis para civis.
O prefeito da cidade de Kiev, Vitaly Klitschko, afirmou que o município entrou em uma fase defensiva.
O Ministério da Defesa da Ucrânia afirmou que as forças russas cercaram Kiev pelo distrito de Obolon, distante poucos quilômetros do centro de Kiev. A informação foi divulgada pelo jornal americano The New York Times.
Autoridades municipais disseram que a cidade está em “fase de defesa” e recomendaram que os moradores “preparem coquetéis molotov” para deter os invasores.
A Embaixada da Ucrânia no Brasil informou que sete aviões russos, 30 tanques e 130 veículos blindados foram destruídos. Ao todo, 800 soldados russos foram mortos.
A Ucrânia vive o segundo dia de bombardeios. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, defendeu a ação militar e garantiu que os russos não pretendem recuar.
Em entrevista transmitida ao vivo de Moscou, Lavrov disse que seu país quer “libertar a Ucrânia da opressão”. A inteligência americana alertou que as tropas devem chegar ao centro de Kiev.
O ministro argumentou a favor da operação comandada pelo presidente russo, Vladimir Putin. “Ele tomou a decisão de realizar uma operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia e, assim, livres da opressão, os próprios ucranianos poderão decidir seu futuro”, resumiu.
O pronunciamento foi conturbado, com direito a respostas atravessadas a jornalistas do Ocidente. Lavrov preferiu atender à imprensa de países aliados da Rússia, como a China.
O chanceler voltou a dizer que a Rússia está disposta a “buscar outras formas de negociação”, mas que a Ucrânia não aceita. Além disso, acusou o Ocidente de “matar pessoas” que seguem os costumes russos.
Lavrov reclamou das sanções econômicas impostas pelo Ocidente, admitiu que elas causam problemas à Rússia, mas garantiu que o país tem condições de resolvê-los.
O chefe da diplomacia russa ainda reclamou das negociações com a Ucrânia. Segundo ele, o presidente Volodymyr Zelensky “mente” ao propor soluções. “Ele simplesmente não está dizendo a verdade. Em termos simples, está mentindo quando declara que está pronto para discutir o estatuto neutro da Ucrânia”, finalizou.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.
Veja um resumo do que aconteceu desde o início dos bombardeios:
- A invasão russa ocorreu na madrugada desta quinta-feira (24/2), horário de Brasília, após ordem de Putin.
- O mais recente balanço indica que a Ucrânia tem 137 mortos e 300 feridos após bombardeios.
- O governo ucraniano afirmou ter sofrido ao menos 203 ataques russos desde o início da invasão.
- Putin alertou para que nenhum outro país interfira na ofensiva, e prometeu “resposta imediata”.
- Contra a invasão russa, manifestantes foram presos e agredidos em Moscou.
- O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, determinou toque de recolher. A medida vigora das 22h às 7h.
- Em uma segunda onda de ataques, russos cercaram Kiev, capital ucraniana e coração do poder do país, além de tomar Chernobyl.
- A Rússia disparou 160 mísseis de curto alcance contra Kiev, afirmaram os EUA.
- O Ministério da Defesa russo disse ter destruído 74 instalações militares ucranianas, incluindo 11 bases aéreas.
- Zelensky decretou o rompimento das relações diplomáticas com a Rússia e distribuiu 10 mil fuzis a civis.
- O vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, condenou a invasão. Horas depois, o presidente Jair Bolsorano (PL) o desmentiu e desautorizou.
- A União Europeia e seus aliados condenaram a Rússia.
- Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou sanções para travar “máquina de guerra de Putin”.
- Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que o bloco prepara um novo pacote de sanções econômicas contra a Rússia.
- Biden anunciou sanções econômicas mais severas, autoriza ida de mais militares e uma ajuda financeira de US$ 52 milhões para a Ucrânia. Além disso, advertiu: “A agressão de Putin vai custar muito à Rússia”.
- O presidente da Ucrânia decretou convocação geral de todas as pessoas em idade de serviço militar para atuarem contra a invasão.
- Após bombardeios, Macron telefonou para Putin e exigiu cessar-fogo. Só ouviu a repetição dos argumentos russos para o ataque.
- Otan e União Europeia anunciaram reunião entre países-membros para discutir a situação.