Em disputa acirrada, Kamala e Trump convocam eleitores nos EUA; siga
Eleições presidenciais dos EUA são realizadas nesta terça (5/11). Norte-americanos vão às urnas decidir entre Kamala Harris e Donald Trump
atualizado
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As urnas da eleição presidencial dos Estados Unidos (EUA) estão abertas. O pleito, considerado um dos mais disputados na história do país, tem Kamala Harris e Donald Trump empatados dentro da margem de erro nas pesquisas. Isso significa que a eleição deve ser decidida voto a voto e, atualmente, aponta para um cenário indefinido.
A primeira urna apurada, na comunidade de Dixville Notch, em New Hampshire, confirma o cenário acirrado: Kamala e Trump empataram, com três votos cada.
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Nesta terça, Trump pediu que os eleitores permaneçam nas filas, mesmo que estejam longas, afirmando que os “democratas comunistas” querem que desistam de votar.
“Isso significa que as filas serão longas! Preciso que você entregue seu voto, não importa quanto tempo leve. FIQUE NA FILA! Os democratas comunistas radicais querem que você faça as malas e vá para casa”, declarou Trump na rede social X, após publicar um vídeo com fake news.
Logo em seguida, à tarde, Trump compareceu à seção eleitoral onde vota, na Flórida.
O republicano vota em um centro recreativo em Palm Beach, perto de Mar-a-Lago, onde tem uma mansão. A comitiva do republicano chegou ao local por volta das 13h30. O perímetro em torno do centro recreativo foi fechado e conta com ronda de agentes do Serviço Secreto e patrulha de um helicóptero.
Após a votação, Trump disse à imprensa estar confiante e afirmou que, “se for uma eleição justa”, ele seria o primeiro a reconhecer uma eventual derrota. Ele não deixou claro os critérios para considerar o pleito justo.
“Não me arrependo de nada. Talvez esta tenha sido uma das melhores entre as minhas três campanhas”, ressaltou.
Trump ainda falou em “respeitar o resultado” das eleições, apesar de dizer não saber o que vai ocorrer caso perca o pleito.
Kamala convoca eleitores
Kamala Harris também convocou os eleitores a votarem, nesta terça-feira (5/11), por meio da rede social X, e informou que os locais de votação em todo o país estão abertos.
“Hoje, votamos por um futuro mais brilhante. Os locais de votação em todo o país estão abertos”, divulgou a candidata, acompanhando a mensagem com vídeos que mostram as realizações ao longo da campanha.
A vice-presidente afirmou, no domingo (3/11), que votou pelos correios.
O candidato republicano à vice-presidência, JD Vance, votou em Ohio, acompanhado da esposa e dos filhos. Após votar na chapa da qual é integrante, Vance disse que estava grato àqueles que vieram para ver “uma das grandes tradições da democracia americana”.
“Eu me senti bem com minha própria corrida alguns anos atrás, quando votei neste mesmo local. Espero que seja tão bom para o presidente Trump e para mim quanto foi para mim alguns anos atrás, no estado de Ohio”, afirmou.
Ainda na manhã desta terça-feira (5/11), Donald Trump postou um vídeo de campanha em suas redes sociais e resgatou uma fake news, que viralizou durante as Olimpíadas de Paris, envolvendo a lutadora argelina Imane Khelif. Durante o vídeo, ao falar de valores norte-americanos que devem ser resgatados, o narrador diz que “homens derrotam mulheres e ganham medalhas”, ao mesmo tempo que associa uma imagem da atleta. Imane Khelif é intersexo.
Também pelas redes sociais, a candidata Kamala Harris falou com os eleitores. “O dia da eleição chegou. Hoje, votamos porque amamos nosso país e acreditamos na promessa da América. Faça sua voz ser ouvida”, escreveu.
Além dos sete estados-chave – Arizona, Carolina do Norte, Georgia, Michigan, Pensilvânia, Wisconsin e Nevada –, as urnas foram abertas em Connecticut, Indiana, Kentucky, Maine, New Hampshire, Nova Jersey, Nova Iorque, Virgínia, Ohio, Virgínia Ocidental, Vermont, Alabama, Delaware, Washington, Flórida, Illinois, Kansas, Maryland, Massachusetts, Missouri, Ilha de Rodes, Carolina do Sul, Tennesse, Iowa, Luisiana, Minnesota, Dakota do Sul, Dakota do Norte, Oklahoma, Texas, Califórnia, Havaí, Idaho e Alasca.
Confira o mapa com resultados da apuração por estado:
As últimas urnas devem ser fechadas às 2h desta quarta-feira (6/11), pelo horário de Brasília, no Havaí. Porém, os resultados serão divulgados a partir de 20h desta terça-feira em alguns estados, como Indiana e Kentucky.
As projeções apontam que, até a tarde desta quarta, será possível saber quem venceu as eleições. No entanto, como a eleição deve ser disputada, atrasos podem ocorrer.
FBI
O Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI, na sigla em inglês), o Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) e a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura (Cisa, na sigla em inglês) divulgaram que têm observado “adversários estrangeiros”, particularmente a Rússia e o Irã, durante as eleições dos Estados Unidos, realizadas nesta terça-feira (5/11).
As três agências fizeram uma declaração conjunta, na qual destacam a observação de interferências estrangeiras que podem causar e conduzir “operações de influência adicionais destinadas a minar a confiança pública na integridade das eleições dos EUA e atiçar divisões entre os americanos”.
De acordo com a declaração, a Rússia é considerada a “ameaça mais ativa”. As agências alertaram que indivíduos influentes ligados ao país estão criando vídeos e artigos falsos para prejudicar as eleições nos Estados Unidos, além de incitar medo nos eleitores sobre o processo eleitoral e induzir os americanos à violência.
Procuradores-gerais fazem apelo
Integrantes da Associação Nacional de Procuradores-Gerais (Naag) dos Estados Unidos divulgaram um comunicado conjunto, nessa segunda-feira (4/10), direcionado aos norte-americanos. No texto, eles pedem que todos “respeitem a integridade do processo democrático” e que a transição de poder seja pacífica.
“Independentemente do resultado das eleições de terça-feira, esperamos que os americanos respondam pacificamente e condenamos quaisquer atos de violência relacionados com os resultados. Uma transferência pacífica de poder é o maior testemunho do Estado de direito, uma tradição que está no cerne da estabilidade da nossa nação. Como procuradores-gerais, afirmamos o nosso compromisso de proteger as nossas comunidades e defendemos os princípios democráticos que servimos”, diz o início do texto do comunicado.