Kamala conquista delegados suficientes para concorrer à presidência
Kamala Harris alcançou 2.214 delegados, superando o mínimo de 1.976 exigido para a nomeação, segundo contagem de agência de notícias dos EUA
atualizado
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A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, conseguiu conquistar a quantidade de apoio necessário para garantir sua nomeação pelo Partido Democrata nas eleições presidenciais deste ano. O anúncio foi feito nessa segunda-feira (22/7), um dia após Joe Biden desistir de concorrer à reeleição.
A decisão do presidente dos EUA partiu após especulações e dúvidas sobre sua saúde física e agilidade mental. A desistência foi vista como um alívio para os membros de seu partido, que o pressionavam para abrir mão da reeleição.
Em comunicado, Kamala Harris expressou estar “orgulhosa” por ter “o amplo apoio necessário” dos delegados do seu partido para se tornar a candidata presidencial democrata, substituindo Joe Biden. Ela acrescentou dizendo que está “ansiosa para aceitar formalmente essa nomeação, em breve”.
Às 22h48 (horário de Brasília), Kamala alcançou 2.214 delegados, superando o mínimo de 1.976 exigido para a nomeação, conforme a contagem da Associated Press (AP). No início da noite de segunda-feira, a contagem já mostrava que a vice-presidente havia assegurado 66,5% do total necessário para a nomeação, com mais de 1,3 mil delegados apoiando.
O Partido Democrata tem 3.936 delegados, incluindo ex-presidentes, líderes partidários estaduais e locais, membros do Congresso e governadores. Apenas metade deles pode votar na primeira rodada. Analistas internacionais destacaram que a velocidade com que Kamala conquistou o apoio dos delegados foi “surpreendente”.
Segundo as regras do Partido Democrata, os delegados são livres para apoiar qualquer candidato (ou mudar de ideia) até que ocorra a votação oficial para escolher o indicado final. A convenção do partido está marcada para ocorrer de 19 a 22 de agosto em Chicago. As informações são da AP.
Normalmente, os candidatos americanos ganham o apoio dos delegados com base em seu desempenho nas primárias e caucuses (reuniões de membros de um partido político para escolher candidatos ou decidir políticas, comumente usadas nos EUA no processo de seleção presidencial). Biden havia garantido apoio suficiente até 12 de março, com vitórias que garantiram sua nomeação como provável candidato do partido.
Apoio a Kamala Harris
No domingo, após anunciar que não concorreria a um segundo mandato, Biden declarou apoio à candidatura de sua vice nas redes sociais.
“Hoje quero oferecer todo o meu apoio e endosso para que Kamala seja a indicada do nosso partido este ano. Democratas: é hora de nos unirmos para derrotar Trump”, escreveu ele no X.
Logo depois, o presidente pediu doações para a campanha de Kamala, que afirmou estar “honrada” pelo apoio e espera “merecer e conquistar” a indicação do Partido Democrata. Desde então, ela tem se dedicado intensamente à campanha presidencial.
Num momento crucial para a campanha, Kamala manteve a agenda lotada. Ainda no domingo, nas 10 horas seguintes ao anúncio de Biden, ela fez cerca de 100 ligações para líderes e apoiadores influentes do partido, em média uma ligação a cada seis minutos, de acordo com fontes da imprensa americana.
Figuras proeminentes do partido, como os ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton, além da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, foram contatadas por Kamala, que também conversou com líderes partidários, senadores, governadores e ativistas políticos.
“Força e coragem”
Na tarde desta segunda, Kamala recebeu um apoio da ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, que endossou publicamente sua candidatura. Pelosi declarou em comunicado que conhece Kamala há décadas e testemunhou “sua força e coragem como defensora das famílias trabalhadoras, especialmente pelo direito de escolha das mulheres”.
Pelosi afirmou: “Meu apoio entusiástico a Kamala Harris para presidente é oficial, pessoal e político”.
Pelosi também escreveu que “os EUA foram abençoados pela sabedoria e liderança do presidente Biden. Com amor e gratidão, dou minhas saudações ao presidente Biden por sempre acreditar nas possibilidades do país e por dar ao povo as oportunidades de atingirem seus potenciais. Como um dos presidentes mais importantes dos EUA, Biden não só sempre esteve do mesmo lado da História, mas também do lado certo do futuro”.
O apoio de Pelosi à candidatura de Kamala se soma a uma crescente lista de políticos democratas que querem vê-la na disputa contra Trump. Nesta segunda-feira, cinco governadores democratas, alguns deles considerados possíveis rivais de Kamala, apoiaram sua candidatura para substituir Biden nas eleições presidenciais.
Em nota conjunta com os governadores de Illinois, Minnesota e Wisconsin, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, disse estar “entusiasmada por apoiar Kamala Harris para a Presidência”.
R$ 451 milhões em 24 horas
A 106 dias da eleição, Kamala enfrenta um caminho curto e intenso, tendo a missão de unificar seu partido e torná-lo competitivo contra Donald Trump, revertendo a vantagem do rival nas pesquisas de intenção de voto.
Apesar do pouco tempo, a campanha de Kamala tem se mostrado otimista: nas primeiras 24 horas após a desistência de Biden, a candidatura de Kamala arrecadou US$ 81 milhões (R$ 451 milhões).
“A histórica demonstração de apoio à vice-presidente Kamala representa exatamente o tipo de energia e entusiasmo popular que vence eleições”, afirmou o porta-voz da campanha, Kevin Munoz.