metropoles.com

Justiça russa condena principal opositor de Putin a 9 anos de prisão

Alexei Navalny, vítima de um envenenamento em 2020, já cumpre pena por outras acusações desde 2020

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação
Alexei Navalny, oposicionista russo que morreu na prisão -- Metrópoles
1 de 1 Alexei Navalny, oposicionista russo que morreu na prisão -- Metrópoles - Foto: Divulgação

A Justiça russa condenou o principal opositor do presidente Vladimir Putin a mais nove anos de prisão. Alexei Navalny, de 45 anos, cumpre pena desde 2021. Nesta terça-feira (22/3), ele foi considerado culpado pelos crimes de fraude em larga escala e desacato.

Navalny já cumpre sentença de dois anos e meio em um campo de prisioneiros a leste de Moscou por violações de condicional, após ele ter ido à Alemanha para se curar de um envenenamento em 2020.

Ele responsabiliza Putin pelo envenenamento. O caso até hoje não foi formalmente investigado na Rússia. Autoridades do país afirmam que não há provas e que a Alemanha não compartilhou as análises médicas.

O opositor de Putin foi acusado de desviar R$ 23 milhões em doações para as organizações que lidera. Uma delas realizava protestos frequentes contra o presidente russo.

Com a nova sentença, uma candidatura de Navalny para as próximas eleições no país, programadas para 2024, fica inviabilizada.

Guerra

A condenação ocorre em meio à guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro após a invasão russa. O conflito chega ao 27º dia sem indícios de que vai acabar brevemente.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, afirmou que a guerra deverá acabar em duas ou três semanas. Segundo o ministro, a Rússia tem poucos suprimentos para continuar a investida militar.

Nesta terça (22/3), Dmitri Peskov, porta-voz do governo do Kremlin, sede do governo russo, pediu que as negociações fossem retomadas. “Gostaria que as negociações fossem mais enérgicas, mais substanciais”, destacou o representante de Vladimir Putin.

13 imagens
A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
1 de 13

A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
2 de 13

A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

Agustavop/ Getty Images
3 de 13

A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
4 de 13

Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

Getty Images
5 de 13

Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
6 de 13

Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

Poca/Getty Images
7 de 13

A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

Kutay Tanir/Getty Images
8 de 13

Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
9 de 13

Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
10 de 13

Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
11 de 13

Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

Will & Deni McIntyre/ Getty Images
12 de 13

O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

Vostok/ Getty Images
13 de 13

Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

ONU dá ultimato

Prestes a completar um mês, o conflito no Leste Europeu parece longe do fim. A Organização da Nações Unidas (ONU) deu um ultimato para o fim da guerra e frisou que as negociações — que nos últimos dias estão estagnadas — devem continuar.

Nesta terça-feira, em entrevista a repórteres de agências internacionais de notícias, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, cobrou categoricamente o fim da guerra na Ucrânia.

“Esta guerra não é vencível. Mais cedo ou mais tarde terá que passar dos campos de batalha para a mesa de paz. Isso é inevitável. A única questão é quantas vidas mais devem ser perdidas? Quantas bombas mais devem cair?”, alertou.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?