1 de 1 Alexei Navalny, oposicionista russo que morreu na prisão -- Metrópoles
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A Justiça russa condenou o principal opositor do presidente Vladimir Putin a mais nove anos de prisão. Alexei Navalny, de 45 anos, cumpre pena desde 2021. Nesta terça-feira (22/3), ele foi considerado culpado pelos crimes de fraude em larga escala e desacato.
Navalny já cumpre sentença de dois anos e meio em um campo de prisioneiros a leste de Moscou por violações de condicional, após ele ter ido à Alemanha para se curar de um envenenamento em 2020.
O opositor de Putin foi acusado de desviar R$ 23 milhões em doações para as organizações que lidera. Uma delas realizava protestos frequentes contra o presidente russo.
Com a nova sentença, uma candidatura de Navalny para as próximas eleições no país, programadas para 2024, fica inviabilizada.
Guerra
A condenação ocorre em meio à guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro após a invasão russa. O conflito chega ao 27º dia sem indícios de que vai acabar brevemente.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, afirmou que a guerra deverá acabar em duas ou três semanas. Segundo o ministro, a Rússia tem poucos suprimentos para continuar a investida militar.
Nesta terça (22/3), Dmitri Peskov, porta-voz do governo do Kremlin, sede do governo russo, pediu que as negociações fossem retomadas. “Gostaria que as negociações fossem mais enérgicas, mais substanciais”, destacou o representante de Vladimir Putin.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
ONU dá ultimato
Prestes a completar um mês, o conflito no Leste Europeu parece longe do fim. A Organização da Nações Unidas (ONU) deu um ultimato para o fim da guerra e frisou que as negociações — que nos últimos dias estão estagnadas — devem continuar.
Nesta terça-feira, em entrevista a repórteres de agências internacionais de notícias, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, cobrou categoricamente o fim da guerra na Ucrânia.
“Esta guerra não é vencível. Mais cedo ou mais tarde terá que passar dos campos de batalha para a mesa de paz. Isso é inevitável. A única questão é quantas vidas mais devem ser perdidas? Quantas bombas mais devem cair?”, alertou.
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