Justiça arquiva processo contra Cristina Kirchner por falta de provas
Ministério Público retirou acusação por lavagem de dinheiro contra Kirchner por não conseguir comprovar vínculo da vice-presidente
atualizado
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A Justiça argentina arquivou, nesta segunda-feira (5/6), mais um processo contra a vice-presidente Cristina Kirchner. O Ministério Público não conseguiu reunir provas suficientes para relacionar a também ex-presidente argentina a um esquema de lavagem de dinheiro e retirou a acusação.
De acordo com o juiz Sebastián Casanello, que confirmou o arquivamento, não há como seguir um processo criminal sem uma acusação. O magistrado afirmou, ainda, que “o procedimento realizado não fere o bom nome e a reputação” de Kirchner.
O caso investigado ficou conhecido como “rota do dinheiro K”. A ação, iniciada há uma década, investigou o empresário Lázaro Báez, condenado a dez anos de prisão em 2021.
O promotor Guillermo Marijuan admitiu que, mesmo que a relação de Báez e Cristina Kirchner seja clara, em todos esses anos ele “não conseguiu reunir provas que o levem a sair do estado de suspeição e avançar para outra etapa processual como o julgamento”.
Em dezembro do ano passado, a vice-presidente foi condenada a seis anos de prisão por corrupção, junto ao mesmo empresário. A também líder do Senado, na ocasião, perdeu os direitos políticos e ficou inelegível.
Ela foi acusada de liderar um esquema de desvio de verbas públicas. A política argentina era investigada, desde 2019, por associação ilícita e fraude ao Estado, junto a outros 12 réus no caso – todos empresários e ex-funcionários do governo dela (2007-2015) e do marido e antecessor, Néstor Kirchner (2003-2007).
Segundo o processo, Cristina chefiava uma organização ilícita ligada a Lázaro Báez, que teria pagado aos dirigentes políticos para conseguir esses contratos. Ao todo, 51 obras públicas teriam sido destinadas à província de Santa Cruz, reduto político do marido dela, morto em 2010. O valor das transações é calculado em 46 bilhões de dólares.