Juíza argentina indicia ministro espanhol da era Franco por homicídio
Segundo a magistrada, Rodolfo Martin Villa desempenhou um papel fundamental nas estruturas repressivas enquanto esteve no cargo
atualizado
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A juíza argentina Maria Servini de Cuba, encarregada de investigar casos ocorridos durante a ditadura de Franco na Espanha, indiciou o ex-ministro espanhol Rodolfo Martín Villa, 87, por quatro acusações de assassinato. Ele ocupou o cargo de ministro do Interior da Espanha entre 1976 e 1979.
Na sentença, a magistrada escreveu que considera o ex-ministro “criminalmente responsável por homicídio qualificado em pelo menos quatro ocasiões nas quais Pedro María Martínez Ocio, Romualdo Barroso Chaparro, Francisco Aznar Clemente e Germán Rodríguez Saíz foram vítimas”. As informações são do jornal The Guardian.
Martin Villa afirmou ao jornal espanhol ABC: “Eu estou tranquilo. Vou apelar.”
Em 1977, o governo espanhol aprovou uma lei de anistia que perdoou crimes cometidos durante os 36 anos de ditadura de direita do general Francisco Franco no país. Ele ficou no poder entre 1939 e 1975.
Sob o princípio da justiça universal, centenas de espanhóis já apelaram à justiça argentina, para tratar dos crimes cometidos contra eles e suas famílias durante a era Franco.
Servini justificou que Martín Villa desempenhou um papel fundamental nas estruturas repressivas da ditadura. A sentença determina a prisão do ex-ministro, que vive em Madri, mas a própria juíza admite que é improvável que a decisão se concretize.