Juiz morto pela Cosa Nostra é homenageado após prisão de “Godfather”
“Nós conseguimos”, dizia o bilhete deixado no túmulo de ex-juiz que perseguiu e lutou contra a Cosa Nostra na década de 1980, na Itália
atualizado
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Após a prisão de Matteo Messina Denaro, um dos maiores capos da máfia siciliana, que estava foragido havia 30 anos, o ex-juiz Giovanni Falcone (foto em destaque), morto a mando da Cosa Nostra, recebeu uma série de homenagens.
Em uma delas, um bilhete parecia tentar mandar um recado ao magistrado, que, por anos, lutou contra a máfia na Itália e acabou sendo assassinado a mando de Salvatore Totó Riina, antigo chefão da Cosa Nostra. Preso nessa segunda-feira (16/1), Messina Denaro foi condenado à revelia, em 2020, à prisão perpétua por envolvimento no crime.
“Nós conseguimos, Giovà”, dizia o bilhete deixado no túmulo do ex-magistrado. O recado, sem assinatura, trazia a data 16 de janeiro de 2023, mesmo dia em que Matteo Messina foi capturado em Palermo, capital da Sicília.
Giovanni Falcone foi um juiz com forte atuação contra a máfia italiana, principalmente a Cosa Nostra e o poder que a família exercia na região da Sicília.
Por seu trabalho, Falcone ganhou reconhecimento e entrou na mira da Cosa Nostra. Em 23 de maio de 1992, mafiosos espalharam quase meia tonelada de explosivos em uma estrada por onde o juiz passaria, rumo ao aeroporto de Palermo. Por volta das 17h daquela tarde, a máfia acionou a bomba, que vitimou o magistrado; a esposa dele, Francesca Morvillo; e três agentes de segurança que faziam a escolta do magistrado.