Judeu, líder da maioria no Senado dos EUA pede saída de Netanyahu
Chuck Schumer, senador democrata de Nova York e líder da maioria, criticou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no plenário
atualizado
Compartilhar notícia
O senador democrata por Nova York Chuck Schumer, que é líder da maioria no Senado dos Estados Unidos, fez duras críticas, nesta quinta-feira (14/3), ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Durante sessão do plenário, ele afirmou que o líder israelense é um dos principais obstáculos para alcançar a paz no Oriente Médio. Ele também defendeu que Israel precisa de uma nova autoridade.
“Ele está demasiadamente disposto a tolerar o número de vítimas civis em Gaza, o que está reduzindo o apoio a Israel em todo o mundo em proporções historicamente mínimas. Israel não poderá sobreviver caso se torne um pária”, afirmou Schumer.
Chuck Schumer é judeu e representa o estado de Nova York, que possui mais 20% da população judaica dos Estados Unidos. Ele ressaltou que suas críticas são ao primeiro-ministro e não ao estado de Israel.
O senador argumentou que há uma “percepção imprecisa” da guerra, pois é atribuída uma culpa muito maior a Israel pelas mortes de civis em Gaza do que se deveria, uma vez que se ignora a forma que o Hamas utiliza os civis palestinos como escudos humanos.
Liderança em Israel
O líder da maioria argumentou que a “coligação Netanyahu já não satisfaz as necessidades de Israel depois de 7 de Outubro”, referindo-se ao ataque terrorista do Hamas que iniciou a guerra atual, pois “o mundo mudou radicalmente, desde então, e o povo israelita está sufocado neste momento por uma visão de governo presa ao passado” e que “como democracia, Israel tem o direito de escolher os seus próprios líderes. O importante é que os israelenses tenham uma escolha. É necessário que haja um novo debate sobre o futuro de Israel”.
O senador afirmou ainda que “neste momento crítico, acredito que uma nova eleição é a única forma de permitir um processo de tomada de decisão saudável e aberto sobre o futuro de Israel” e defendeu que a única forma de paz é “um Estado palestino desmilitarizado vivendo lado a lado com Israel em medidas iguais de paz, segurança, prosperidade e dignidade”.
O discurso feito nesta quinta-feira é o segundo do senador no Plenário do Senado sobre o assunto desde o início da guerra entre Israel e Hamas e, segundo ele, o conflito o fez pensar mais profundamente e a falar mais abertamente sobre a sua fé e herança judaica assim como os dilemas morais e políticos que a guerra apresentou aos judeus em Israel e nos Estados Unidos.
Repercussão
Como reposta a Schumer, o senador republicano Mitch McConnell, do Kentucky, líder da minoria, chamou de “grotesco e hipócrita” que americanos que reclamam sobre a interferência estrangeira na democracia dos EUA apelem à remoção do líder democraticamente eleito de Israel e chamou a ação de Schumer de “sem precedentes”, afirmando que “o Partido Democrata não tem um problema anti-Bibi”, disse McConnell, referindo-se a Netanyahu pelo apelido. “Tem um problema anti-Israel”.
Antes de fazer seu discurso no Plenário do Senado, o líder da maioria, comunicou a Casa Branca que o faria e recebeu o aval.
“Nós respeitamos totalmente seu direito de fazer essas observações e de decidir por si mesmo o que dirá no plenário do Senado. Ele obviamente tem uma forte opinião sobre isso. Nós entendemos e respeitamos. Não se tratava de aprovação ou desaprovação ou qualquer coisa, mas ele nos avisou que iria fazer isso”, afirmou John F. Kirby, porta-voz da Casa Branca.