Jornalistas que denunciavam caça ilegal são executados em Burkina Faso
Dois repórteres espanhóis e um ativista irlandês morreram no ataque. Um homem burquinês ainda está desaparecido
atualizado
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A morte de dois jornalistas espanhóis foi confirmada pelo chefe de governo do país, nessa terça-feira (27/4). O ataque aconteceu em Burkina Faso, país da África, na segunda-feira (28/4), enquanto a dupla gravava um documentário sobre as tentativas do governo do país de impedir a caça ilegal na região. O irlandês Rory Young, diretor da ONG Fundación Chungeta Wildlife, também morreu no ataque.
Segundo o jornal The Guardian, o ataque foi atribuído aos jihadistas e ocorreu quando homens armados saíram de duas caminhonetes e uma dúzia de motos e atacaram a equipe, que havia deixado o comboio para fazer uma gravação aérea com um drone.
Segundo autoridades locais, ainda há um homem burquinense desaparecido. Ele é membro dos serviços de segurança e acompanhava a equipe, pois conhecia bem a região onde o crime aconteceu, na área da floresta classificada de Pama, perto de Natiaboani.
David Beriáin, um dos espanhóis que morreu no ataque, era um jornalista conhecido e já havia gravado documentários em outras regiões de conflito. Ele estava acompanhado do cinegrafista espanhol Roberto Fraile.
Repercussão
O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que “os terroristas mostraram mais uma vez sua covardia e seu rosto criminoso: os defensores de um obscurantismo que aniquila toda a liberdade de expressão”.
No tuíte que confirmou as mortes, o chefe de governo espanhol reafirmou o reconhecimentos aos que “como eles realizavam um jornalismo corajoso e essencial nas zonas de conflito, diariamente.
Se confirma la peor de las noticias. Todo el cariño para los familiares y allegados de David Beriain y Roberto Fraile, asesinados en Burkina Faso. Y nuestro reconocimiento a quienes, como ellos, realizan a diario un periodismo valiente y esencial desde las zonas de conflicto.
— Pedro Sánchez (@sanchezcastejon) April 27, 2021
Já o Ministério de Relações Exteriores da Irlanda, sem dar mais detalhes, disse que “esteve em contato com a família do cidadão irlandês e proporcionou todo o apoio consular possível”.