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Jornalista russo luta na Ucrânia, mas contra Putin: “O Hitler de hoje”

Correspondente de guerra para grandes jornais, como o Los Angeles Times, Sergei Loiko resolveu largar tudo e “escolher um lado” aos 69 anos

atualizado

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O jornalista russo Sergei L. Loiko
1 de 1 O jornalista russo Sergei L. Loiko - Foto: Reprodução

Aos 69 anos, o jornalista e escritor russo Sergei L. Loiko decidiu abandonar a neutralidade que marcou sua carreira como correspondente de guerra e “escolher um lado”. E o lado foi o dos ucranianos, por quem esse repórter premiado e com carreira em grandes jornais norte-americanos resolveu pegar em armas para lutar contra o exército de seu próprio país.

Em seu perfil de colaborador no Los Angeles Times, um dos veículos jornalísticos mais importantes dos EUA, Loiko é descrito como um repórter que “cobriu guerras, crises e vida cotidiana na Rússia e nos antigos estados soviéticos desde 1991”. Além de reportagens, o russo escreveu romances e livros sobre seu trabalho como correspondente em guerras como a do Iraque, em 2003. As obras foram traduzidas para várias línguas, como mostra a página do escritor na Amazon.

Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro deste ano, as ocupações profissionais ficaram em segundo plano para Loiko, conforme ele mesmo relatou em um vídeo para as forças armadas ucranianas, que agora está servindo de propaganda pelo país atacado pela Rússia.

“Olá! Meu nome é Sergei Loiko. Tenho 69 anos. Sou russo, mas trabalhei quase toda a minha vida como jornalista correspondente de grandes jornais americanos”, diz ele, no vídeo, segurando um célebre fuzil de assalto AK-47. “Durante minha carreira jornalística, presenciei muitos conflitos armados e várias guerras, mas nunca tomei o lado de ninguém, nunca peguei em armas, porque isso seria antiprofissional”, continua o russo.

“Agora, você vê o fuzil Kalashnikov em minhas mãos. E eu não sou mais um jornalista, sou uma pessoa livre. Eu vim aqui para a Ucrânia, estou nos arredores de Kiev, para defender a Ucrânia da minha pátria, de Putin, o Hitler de hoje”, discursa ainda o jornalista russo.

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Loiko foi correspondente de guerra do Los Angeles Times
Trabalho como jornalista e escritor foi trocado por uma AK-47
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Sergei L. Loiko antes de pegar em armas

Sergei L. Loiko/Arquivo pessoal
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Loiko foi correspondente de guerra do Los Angeles Times

Sergei L. Loiko/Arquivo pessoal
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Trabalho como jornalista e escritor foi trocado por uma AK-47

Sergei L. Loiko/Arquivo pessoal

 

Loiko, que teve um pouco de experiência militar na juventude, diz ainda que resolveu virar um combatente agora porque vê nessa guerra uma espécie de profecia bíblica.

“Esta é a batalha do Armagedom entre o bem e o mal. E foi muito fácil para mim escolher o lado. Finalmente escolhi meu lado”, diz ele, que usa o espaço também para convocar outros voluntários estrangeiros para irem até a Ucrânia e lutar contra os russos. “Entrem em contato com as embaixadas da Ucrânia em seus países. Estamos lutando aqui não apenas pela Ucrânia, não apenas por sua independência, não apenas pelos ucranianos e seus parentes, estamos lutando aqui por você, pelo mundo inteiro, porque este é o início da Terceira Guerra Mundial”, conclui o jornalista e escritor.

Veja o vídeo, que foi postado no Facebook pelas forças armadas da Ucrânia e na qual o jornalista russo fala em inglês:

Jornada dupla

Mesmo tendo pegado em armas, Loiko não abandonou totalmente o ofício de relatar o que está presenciando. Em suas redes sociais, o jornalista e combatente segue fazendo registros sobre a guerra, como nesta postagem no Instagram na última quinta-feira (10/3), na qual denuncia o bombardeio de uma maternidade em Mariupol:

Sergei Loiko também mantém perfis no Twitter, onde também atua como agitador anti-guerra, e no Facebook, onde não posta nada há alguns meses.

 

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