Jornalista morre em explosão de carro-bomba em Malta na Itália
A repórter ganhou notoriedade ao participar das investigações do escândalo “Malta Files” e chegou a ser chamada de “mulher WikiLeaks”
atualizado
Compartilhar notícia
A jornalista e blogueira Daphne Caruana Galizia, famosa por suas reportagens sobre escândalos de corrupção no governo de Malta, morreu nesta segunda-feira (16/10), nos arredores da cidade de Mosta, após a explosão de uma bomba no carro em que ela estava.
A tragédia ocorre 15 dias depois de Galizia ter denunciado supostas ameaças de morte à polícia maltesa. “Todos sabem o quanto Galizia era crítica em relação a mim, mas ninguém pode justificar esse ato bárbaro”, declarou o primeiro-ministro do país, Joseph Muscat.A repórter ganhou notoriedade ao participar das investigações do escândalo “Malta Files”, um projeto jornalístico internacional que mostrou como essa pequena nação insular do Mediterrâneo serve de base para evasão fiscal na União Europeia.
Galizia chegou a ser chamada de “mulher WikiLeaks” pelo site norte-americano “Politico”, que a colocara entre as 28 personalidades que estavam “agitando a Europa”. A jornalista também revelou, no âmbito do caso “Panama Papers”, que a esposa de Muscat possuía empresas em paraísos fiscais.
Apesar de o casal negar qualquer irregularidade, a denúncia forçou o governo a convocar eleições antecipadas para junho de 2017, vencidas pelo próprio primeiro-ministro, que é líder do Partido Trabalhista.