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Jornal chileno ataca Piñera por “dresscode” em almoço com Bolsonaro

No convite, o presidente chileno informou que o código de vestimenta das deputadas permitia “vestidos curtos”

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Enviada especial a Santiago (Chile) – Um jornal chileno fez piada com a polêmica em torno do protocolo para o almoço que será oferecido no sábado (23/3) pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera, ao colega brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), que chega nesta quinta-feira (21) à capital, Santiago. Numa charge de página inteira, Bolsonaro é retratado com um uniforme nazista, de short, perguntando: “Esse era o código de vestimenta?”.

A polêmica começou porque a deputada Maitê Orsini (Revolução Democrática), que recebeu um convite para o almoço, postou em sua conta no Twitter um comentário irônico sobre o traje pedido às mulheres.

No convite, está escrito que as mulheres podem ir de “vestido curto”. Ela considerou o termo “machista” e postou: “Este é Sebastián Piñera, que diz acolher demandas feministas, mas envia convite oficial que segue em 1800”, disse a deputada, referindo-se ao tempo em que as mulheres não tinham poder de escolha nem mesmo sobre o que vestiam.

Diante da polêmica, o chefe do protocolo do governo chileno informou à imprensa que as normas de vestimenta em recepções oficiais foram adotadas antes do atual governo. Maitê Orsini disse que não irá ao almoço por considerar Bolsonaro “xenófobo” e “machista”. Ela e outros parlamentares apoiam um projeto de resolução apresentada na Câmara dos Deputados chilena para que o presidente brasileiro seja considerado “persona non grata” no Chile.

Reprodução/Redes Sociais
A deputada Maite Orsini publicou, nas redes sociais, o convite para o almoço com Jair Bolsonaro, no Chile. Convite foi enviado pelo presidente chileno

Viagem ao Chile 
A viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Chile é a segunda de um giro que ele fará até o início do mês de abril. A sequência de viagens teve início pelos Estados Unidos, onde ele se encontrou com o presidente Donald Trump. Do ponto de vista das relações públicas, a incursão foi um sucesso.

Na segunda viagem, ao Chile, Bolsonaro participa de uma reunião de cúpula de chefes de Estado da América do Sul. A viagem ocorre a convite do presidente chileno, Sebastián Piñera. O encontro se destina a criar um novo bloco regional, por enquanto chamado de ProSul, que substituiria a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), órgão criado há quase 10 anos com o incentivo do então presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro, que faz aniversário nesta quinta-feira, chegará ao Chile sob fortes críticas de parlamentares de vários partidos, os quais se recusaram a participar do almoço em homenagem a ele, a ser oferecido por Sebastián Piñera, no sábado (23). Não comparecerão ao evento, por exemplo, o presidente do Senado chileno, Jaime Quintana, e o vice-presidente da Casa, Alfonso de Urresti: ambos disseram considerar Bolsonaro “um perigo para a democracia regional”.

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