Jornais pedem que Biden desista da candidatura à presidência dos EUA
The New York Times, The Wall Street Journal e Financial Times eThe Economist pediram, em editorais, que Joe Biden desista de candidatura
atualizado
Compartilhar notícia
Os jornais americanos The New York Times, The Wall Street Journal e Financial Times e a revista The Economist pediram, em editoriais publicados na noite dessa sexta-feira (28/6), que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desista da candidatura à reeleição em prol de outro nome.
As publicações mostraram preocupação com uma possível vitória de Donald Trump, que já presidiu o país entre 2016 e 2020, e veem riscos à democracia num retorno de Trump.
Vários setores do país apelaram pela troca de candidato depois do desempenho desastroso de Biden no debate contra Donald Trump, na noite de quinta-feira (27/6).
A The Economist, por exemplo, disse que, depois de uma vida inteira no serviço público, Joe Biden, que hoje tem 81 anos, não deveria tentar a reeleição como presidente.
“Em janeiro deste ano colocamos as nossas preocupações na capa. Mas mesmo aqueles preocupados com a sua idade não estavam preparados para o debate de quinta-feira contra Donald Trump. Ao longo de 90 minutos de agonia, Biden esteve confuso e incoerente – demasiado doente, francamente, para lidar com mais quatro anos no trabalho mais difícil do mundo”, diz o jornal.
Biden diz que seguirá na disputa
Em comício realizado na sexta em Raleigh, na Carolina do Norte, Biden comentou as críticas que tem recebido por conta da idade avançada, que colocam em xeque a sua capacidade de governar. “Pretendo vencer esta eleição”, declarou.
“Não ando tão facilmente como costumava. Não ando tão suavemente como costumava. Não debato tão bem como costumava”, afirmou. “Mas eu sei o que sei. Sei como dizer a verdade, sei distinguir o certo do errado e sei como fazer este trabalho [de presidente]”, enfatizou.
A escolha oficial do candidato que representará as democratas acontece – na prática – após a convenção partidária, que começa no próximo dia 19 de agosto.
O atual presidente dos Estados Unidos elegeu o maior número de delegados – por volta de 3,9 mil dos cerca de 4 mil – durante as prévias, que juraram lealdade a Biden. Eles serão os responsáveis por indicar, durante a convenção do partido, o nome escolhido pelos democratas para a disputa presidencial.
Uma possível substituição, na teoria, só poderia acontecer caso Joe Biden desistisse de disputar o pleito. Neste cenário, os delegados precisariam indicar um outro nome para representar o partido no pleito.
Apesar de reiterar apoio publicamente a Biden nas eleições de novembro, o desempenho do democrata no debate de quinta-feira (27/6) causou preocupação em alas do Partido Democrata.
Hillary, Michelle ou Kamala? Quem poderia substituir Biden em chapa?
Saúde de Biden
Muito mais do que propostas políticas ou frases polêmicas, a performance de Joe Biden durante o primeiro debate presidencial das eleições deste ano foi o ponto mais discutido por analistas e a mídia dos Estados Unidos.
Em vários momentos, o atual chefe do Executivo surgiu com um olhar perdido em meio as acusações de Donald Trump e não conseguiu completar linhas de raciocínio durante algumas de suas falas. O republicano é apenas três anos mais novo que Biden, mas tem se apresentado mais energético que o oponente.