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Joe Biden: “Não eram manifestantes e sim terroristas domésticos”

Presidente eleito dos Estados Unidos atribuiu responsabilidade dos ataques ao Capitólio a Donald Trump que, em sua visão, insuflou a invasão

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Joe Biden
1 de 1 Joe Biden - Foto: Win McNamee/Getty Images

O presidente eleito dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, em discurso nesta quinta-feira (7/1), considerou que a invasão do Congresso norte-americano na quarta-feira (6/1), por parte de apoiadores de Donald Trump, foi um ato promovido por “terroristas domésticos” estimulados pelo próprio presidente.

“Todos aqui estamos de luto pela perda de vidas, pela maculação da casa do povo. Não era desordem, não era protesto, era o caos. Não eram manifestantes. Não ousem dizer que eram manifestantes. Eram arruaceiros. Eram terroristas domésticos, simples assim”, disse Biden.

O democrata ainda ponderou que não era um ato que não se podia prever, visto que durante os quatro anos do governo de Trump houve constantes atentados às leis.

“E não posso dizer que não vimos isso acontecendo. Nos últimos quatro anos tivemos um presidente que desrespeitou e enfraqueceu as nossas instituições democráticas”, disse Biden, responsabilizando Trump pelos estímulos aos atos cometidos contra o Congresso, para tentar impedir que deputados e senadores certificassem os votos que formaram sua vitória no Colégio Eleitoral, o que ocorreu somente durante a noite.

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Invasão ao Congresso americano
Manifestante escalando o Capitólio
Invasão ao Congresso dos EUA
Imagens de dentro do Capitólio
Manifestantes a favor de Donald Trump
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Invasão ao Congresso americano

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Manifestante escalando o Capitólio

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Manifestação trumpista em Washignton DC

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Manifestação trumpista em Washinton DC

Kent Nishimura / Los Angeles Times/Getty Images

“Vivemos um dos dias mais sombrios de nossa nação, um assalto à nossa democracia, um atentado à nossa liberdade na capital dos Estados Unidos, um atentado ao estado de direito em um solo sagrado que defende seu povo e seu direito de escolher seu líder”, lembrou Biden no discurso que antecedeu a divulgação dos nomes que integrarão o Departamento de Justiça em seu governo.

“Ele (Trump) pensou que a eleição terminaria na Suprema Corte e ele viraria o resultado com seus juízes. Mas os juízes derrubaram não um, mas mais de 60 casos. Até os chamados juízes de Trump na Suprema Corte consideraram as acusações infundadas. O Judiciário fez seu trabalho nesta eleição agindo com honra e justiça. Esse momento foi histórico e nossa democracia sobreviveu”, disse Biden.

Biden tomará posse no próximo dia 20. Interrompida por horas depois da confusão, a sessão do Congresso foi retomada na noite de quarta-feira (6/1). O evento, geralmente apenas uma formalidade antes da posse, precisou ser suspenso após um grupo de apoiadores de Donald Trump invadir o Capitólio, em Washington.

Imprensa

Biden ainda apontou como traço do autoritarismo de Trump, o estímulo a violência contra a imprensa livre nos Estados Unidos, que era crítica ao seu governo . Ele disse que chegou a apontar em tempos anteriores, que a linguagem de Trump contra a imprensa era típica de ditadores e autocratas do mundo inteiro.

“Ontem foi a combinação, o ápice, com seu ataque à livre imprensa, que questiona o seu poder. Ele chamou a imprensa de inimigo do povo, uma linguagem, na época que eu disse, que autocratas do mundo inteiro usavam para se mantar no poder. Uma linguagem usada por autocratas e ditadores no mundo, mas agora usada pelo presidente dos Estados Unidos.

Biden ainda elencou vários episódios em que Trump nos quais ele identificou abuso de poder e elementos que levaram ao ataque de quarta-feira.

Justiça

Ao anunciar o nome de o juiz Merrick Garland, da Corte de Apelaçção do Distrito de Columbia, para o cargo de Procurador Geral dos Estados Unidos, Biden ressaltou a importância de uma Justiça independente e criticou o modo como Trump agiu com os funcionários.

“Não o nomeio como um advogado pessoal do presidente, mas como advogado do povo e espero que tenhamos discussões justas”, disse.

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