“Democracia prevaleceu”, diz Biden em primeiro discurso como presidente
Solenidade de posse foi marcada por forte esquema de segurança, em função do temor de novos e violentos protestos
atualizado
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Washington D.C. – O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, tomou posse nesta quarta-feira (20/1), em uma cerimônia marcada por forte esquema de segurança. O protocolo foi determinado como precaução em função do temor por novos e violentos protestos antidemocráticos alimentados pelos seguidores do agora ex-presidente Donald Trump e também devido às medidas sanitárias para conter o avanço do novo coronavírus.
Ao fazer o primeiro discurso como novo presidente dos EUA, Biden afirmou que “a democracia é preciosa e frágil”, mas prevaleceu. “Hoje é o dia da democracia”, celebrou.
O democrata defendeu a união do povo norte-americano e afirmou que a pandemia de Covid-19, o desemprego, a xenofobia e o ódio são os principais desafios da nova gestão.
Joe Biden e Kamala Harris chegaram ao Capitólio para a cerimônia de posse por volta das 12h30. Os ex-presidentes Barack Obama, Bill Clinton e George W. Bush também acompanharam a solenidade.
A cerimônia começou com uma oração do padre Leo O’Donovan. Depois, Lady Gaga cantou o hino nacional dos Estados Unidos. A cantora fez campanha para Biden e Harris no ano passado. O evento teve a apresentação de Jennifer Lopez e Garth Brooks.
A vice-presidente Kamala Harris fez o juramento, conduzido pela juíza Sonia Sotomayor. Já Biden foi empossado após juramento na companhia do líder da Suprema Corte, John Roberts.
Tensão após as eleições
Eleito em 7 de novembro pelo povo norte-americano, o candidato do Partido Democrata viu a tensão crescer entre os rivais, que, agarrados a um discurso de que as eleições presidenciais dos EUA teriam sido fraudadas, têm promovido atos violentos – como a invasão ao Capitólio, em Washington D.C., no dia 6 de janeiro.
Não à toa, diante da tensão que ronda o momento atual do país, as autoridades norte-americanas e as forças de segurança organizaram um esquema ainda mais rígido e repleto de protocolos de segurança e sanitários. Os moradores de Washington D.C. tiveram que se acostumar com uma preparação de guerra, com 25 mil agentes da Guarda Nacional vigiando a capital.
O público não pôde acompanhar a cerimônia em frente ao National Mall (Passeio Nacional). Foram instaladas 200 mil bandeiras dos estados do país, representando aqueles que não puderam comparecer. Pouco mais de mil convidados estavam presentes.
A aposentada Danna Hampton, 72 anos, foi até a Constitution Avenue, bloqueada com cercas em toda a extensão, para tentar ver a movimentação da posse. Ela disse que esse é um momento triste do país, com uma cerimônia assistida pela televisão, mas que está muito feliz por causa da eleição de Biden. “Espero que tenhamos integridade na Casa Branca e que o Congresso trabalhe com Joe Biden para melhorar o nosso país”, afirmou.
Após a cerimônia no Capitólio, Biden e Harris participam de uma solenidade de saudação militar. Presidente e vice se juntam depois aos ex-chefes do Executivo para uma visita ao cemitério militar de Arlington, na Virgínia, onde farão uma homenagem a soldados norte-americanos mortos em guerras. Em seguida, eles retornam à Casa Branca.
Veja imagens de Washington D.C.:
Primeiras medidas
Horas antes da posse, o gabinete de transição de Joe Biden anunciou uma série de medidas a serem tomadas no início do mandato do norte-americano.
Entre as principais ações, estão medidas nas áreas de saúde e prevenção ao coronavírus, meio ambiente, economia e equidade racial. Além disso, o presidente vai articular o retorno dos EUA à Organização Mundial da Saúde (OMS) e ao Acordo de Paris, tratado mundial que busca reduzir o aquecimento global. O país deixou as organizações durante a gestão de Donald Trump.