Jihadista que derrubou Assad se reúne com autoridades dos EUA na Síria
Durante encontro, autoridades dos EUA prometeram apoiar o novo regime na Síria, liderado pelo Hayat Tahrir Al-Sham (HTS)
atualizado
Compartilhar notícia
Em mais uma reunião como o novo líder da Síria, Abu Mohammed Al-Jolani recebeu uma delegação dos Estados Unidos para discutir o futuro do país após o fim do regime de Bashar al-Assad. O encontro aconteceu nesta sexta-feira (20/12) na capital Damasco, no que marcou o primeiro contato pessoal entre autoridades norte-americanas e o governo provisório.
A delegação que conversou com o líder jihadista foi liderada pela secretária de Estado adjunta para Assuntos do Oriente Médio, Barbara Leaf. Ao lado dela estavam o ex-enviado especial dos EUA para a Síria, Daniel Rubistein, e o enviado de Washington para assuntos de reféns, Roger Carstens.
Depois do encontro, o grupo rebelde que derrubou Assad e montou um governo provisório afirmou que o lado norte-americano expressou “felicitações pela libertação da Síria”. Além disso, o Hayat Tahrir Al-Sham (HTS) diz que os EUA se comprometeram a apoiar o novo regime.
Os diplomatas norte-americanos ainda deram um aceno positivo para Al-Jolani, e anunciaram a retirada da recompensa de US$ 10 milhões por informações ou prisão do novo líder do país. Por conta de sua ligação com a Al-Qaeda, que assim como o HTS é designado como uma organização terrorista por Washington, o líder rebelde era um dos nomes da lista do Programa de Recompensa por Justiça dos EUA.
Segundo Leaf, a decisão de tira o nome de Al-Jolani da lista aconteceu depois de “mensagens positivas” vindas do líder do HTS durante a reunião em Damasco.
“Com base em nossa discussão, eu disse a ele que não iríamos prosseguir com a oferta de recompensa que está em vigor há alguns anos”, disse a diplomata, em entrevista após o encontro.
Antes da chegada de diplomatas para discussões na Síria, o governo dos EUA revelou que o país manteve “contato direto” com o grupo jihadista, que após derrubar Assad tenta conquistar apoio internacional – apesar de ser classificado como uma organização terrorista por diversos países.