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Japão recorda 79 anos de ataque nuclear contra Hiroshima

Governo de Hiroshima faz apelo por fim das armas nucleares em cerimônia que ocorre em meio à escalada de tensões globais

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Pombas são soltas como sinal de paz durante a Cerimônia do Memorial da Paz de Hiroshima no Parque Memorial da Paz de Hiroshima - Metrópoles
1 de 1 Pombas são soltas como sinal de paz durante a Cerimônia do Memorial da Paz de Hiroshima no Parque Memorial da Paz de Hiroshima - Metrópoles - Foto: Reprodução/ Getty Images

A cidade japonesa de Hiroshima recordou, nesta terça-feira (6/8), o 79º aniversário do primeiro ataque nuclear da história com uma cerimônia na qual políticos locais fizeram apelos ao desarmamento atômico, em meio a uma escalada de conflitos globais.

“Enquanto existirem armas nucleares, elas certamente serão usadas novamente algum dia”, disse o governador Hidehiko Yuzaki em discurso no Parque Memorial da Paz de Hiroshima.

Para ele, a abolição das armas nucleares não deve ser uma meta para o futuro. “Em vez disso, é uma questão urgente e real, na qual devemos nos engajar desesperadamente neste momento, já que as ações nucleares envolvem um risco iminente à sobrevivência humana.”

A bomba lançada sobre Hiroshima foi detonada perto de onde fica o parque onde ocorreu a cerimônia. O ataque ocorreu em 6 de agosto de 1945, e matou imediatamente cerca de 80 mil pessoas. O número aumentou ainda em 1945, quando o balanço de mortos subiu para 140 mil por causa dos efeitos da radiação. Com 350 mil habitantes na época, o local perdeu um em cada cinco moradores imediatamente após a explosão da primeira bomba nuclear da história.

Guerras em Gaza e na Ucrânia semeiam “medo e desconfiança”

A cerimônia em Hiroshima contou com a presença de cerca de 50 mil pessoas, incluindo o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. Os presentes fizeram um minuto de silêncio ao som de um sino da paz, às 8h15, horário em que um bombardeiro B-29 dos Estados Unidos lançou a bomba sobre a cidade.

O prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsui, aproveitou a ocasião para ressaltar como os conflitos atuais normalizam o uso da força militar. Para ele, as guerras em curso da Rússia na Ucrânia e entre Israel e Hamas, em Gaza, estão ceifando a vida de inúmeras pessoas inocentes e destruindo a rotina delas.

“Essas tragédias globais estão aprofundando a desconfiança e o medo entre as nações, reforçando a suposição pública de que, para resolver problemas internacionais, temos que confiar na força militar, o que deveríamos rejeitar”, disse.

O evento comemorativo ocorre poucos dias depois que o Japão e os Estados Unidos reafirmaram o Compromisso de Washington, uma “dissuasão estendida” que inclui o possível uso de armas atômicas pelos norte-americanos para proteger os japoneses em meio às crescentes tensões regionais. Desde 2010, os dois países mantêm alinhamento quanto à questão nuclear para fins de defesa.

A discussão aberta sobre a dissuasão nuclear no Japão é uma mudança considerada radical em relação à relutância anterior das autoridades japonesas em tocar no tema, já que é a única nação do mundo a ter sofrido ataques atômicos. Em março, os dois países propuseram uma resolução no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU)para que outras nações não implementem ou desenvolvam bombas nucleares espaciais.

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