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Japão anuncia descarte de água radioativa de Fukushima e preocupa vizinhos

Descarte da água radioativa de Fukushima está previsto para começar nesta quinta-feira (24/8) e gera reações da Coreia do Sul e China

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Imagem colorida mostra homem usando roupa especial de proteção enquanto caminha na usina nuclear de Fukushima, no Japão - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra homem usando roupa especial de proteção enquanto caminha na usina nuclear de Fukushima, no Japão - Metrópoles - Foto: Noboru Hashimoto/Getty Images

O Japão anunciou, nessa terça-feira (22/8), que a água radioativa da usina nuclear de Fukushima começará a ser liberada no Oceano Pacífico ainda nesta semana e acendeu um alerta em países da região. Segundo o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, o início da operação está previsto para quinta-feira (24/8).

A usina de Fukushima acumulou mais de 1,3 milhão de toneladas de água devido aos esforços de limpeza da central, que sofreu um acidente nuclear em 2011 depois que um tsunami atingiu a costa do Japão, provocando o derretimento de três reatores.

Segundo a Tokyo Electric Power Company Holdings Inc., que gerencia a usina, a operação pode levar cerca de 30 anos e deve ser feita “com cuidado e em pequenas quantidades”, disse um funcionário da empresa ao jornal Kyodo News.

No início de julho, a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) concordou com o plano do Japão para a liberação da água, e afirmou que a evacuação teria “impacto radiológico insignificante nas pessoas e no meio ambiente”.

Preocupação regional

Mesmo com as garantias do governo japonês e da agência nuclear da ONU, países vizinhos expressaram preocupação com a liberação do líquido radioativo.

A China classificou a decisão do Japão de “extremamente egoísta” e se opôs “fortemente” ao plano país vizinho. “O oceano sustenta a humanidade. Não é um esgoto para a água contaminada por energia nuclear do Japão”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin. “Se a água contaminada com energia nuclear de Fukushima for verdadeiramente segura, o Japão não teria que dispensá-la no mar”, afirmou.

Apesar do tom mais amistoso e de autoridades terem dito anteriormente que não enxergavam problemas científicos ou técnicos para a liberação da água no mar, a Coreia do Sul expressou preocupação e alertou que medidas podem ser tomadas caso o Japão conduza a operação “de maneira inconsistente com os padrões”.

“Nosso governo mobilizará todos os meios e medidas disponíveis e fará esforços até que as pessoas tenham certeza sobre a segurança”, afirmou o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Han Duck-soo. Ele ainda alertou que o país acompanhará os níveis de concentração de substâncias radioativas presentes na água.

Além da preocupação de países vizinhos, o governo do Japão enfrenta críticas internas. Pescadores japoneses temem que o descarte da água radioativa no mar tenham reflexos negativos em seu setor.

Ainda assim, o Japão garantiu que o trabalho será feito da maneira mais segura possível e assumiu os riscos da liberação da água radioativa. “O governo assumirá total responsabilidade, mesmo que demore décadas”, declarou Fumio Kishida.

O primeiro-ministro japonês ainda anunciou a criação de dois fundos que somados chegam ao valor de 80 bilhões de ienes para responder a qualquer prejuízo que pescadores locais possam ter com o descarte da água de Fukushima.

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