Itamaraty explica voto contra texto pedindo soltura de reféns em Gaza
Na OMS, Brasil votou contra a inclusão da liberação de reféns na Faixa de Gaza, em resolução que denunciava o sistema de saúde na Palestina
atualizado
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Dias após o Brasil votar contra a alteração de um texto apresentado na Assembleia Mundial da Saúde da OMS pedindo a libertação de reféns mantidos pelo Hamas, o Ministério das Relações Exteriores explicou a posição brasileira e negou ser contra a liberação imediata de todos os cativos na Faixa de Gaza.
Segundo nota enviada ao Metrópoles, a diplomacia brasileira “reiterou sua posição favorável à libertação de todos os reféns” mantidos pelo Hamas desde a invasão ao território israelense, em 7 de outubro de 2023. Contudo, não julgou o evento um “foro adequado para questões relacionadas à paz e segurança internacionais”.
“O Brasil votou contra a emenda apresentada por Israel durante a Assembleia Mundial da Saúde da OMS por considerar não se tratar do foro adequado para questões relacionadas à paz e segurança internacionais”, esclareceu o Itamaraty.
“A posição brasileira contrária à emenda não diz respeito à libertação de reféns – medida que o Brasil tem defendido como urgentíssima desde o início das hostilidades –, mas ao tratamento de outros temas incluídos no texto”, acrescentou.
A posição oficial da diplomacia brasileira ocorreu quase uma semana após o projeto, apresentado pela Argélia com o apoio de países como Rússia, Colômbia, Cuba, Venezuela, China e Irã, causar divergência na assembleia da OMS realizada em Genebra, na Suíça.
Em assembleia da OMS, Brasil vota contra texto pedindo libertação de reféns mantidos em Gaza.
Emenda foi incluída em resolução que condenava ações de Israel em território palestino. Além da libertação dos reféns mantidos pelo Hamas, texto condenava o uso, por grupos armados, de… pic.twitter.com/VUxFUkQw2Y
— Metrópoles (@Metropoles) May 31, 2024
Inicialmente, o projeto de resolução denunciava a situação crítica do sistema de saúde na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada, além da violência e fome em territórios da Palestina.
Durante a sessão, o governo israelense pediu que fosse incluindo no texto a libertação de reféns que ainda estão nas mãos do Hamas e a proibição do uso de instalações médicas por grupos armados da Palestina.
Apesar do voto contrário do Brasil, o pedido de Israel foi acatado por 50 votos favoráveis contra 44. Após a mudança, a resolução inicial foi retirada pelo grupo que apresentou a proposta.