Itamaraty “deplora” ataques a forças humanitárias e a hospital em Gaza
Governo, por meio do Itamaraty, repudiou série de ataques que resultou nas mortes de trabalhadores humanitários, civis e palestinos em Gaza
atualizado
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O Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, repudiou, nesta quinta-feira (4/4), o ataque que resultou nas mortes de sete trabalhadores humanitários da organização não governamental (ONG) norte-americana World Central Kitchen (WCK), bem como a ação militar das últimas semanas que culminou na “destruição do hospital Al-Shifa”.
Ambos casos ocorreram na Faixa de Gaza.
Em comunicado oficial, o governo brasileiro disse que “tomou conhecimento, com profunda consternação, de ataque aéreo israelense, ocorrido em 1º de abril, na região de Deir el-Balah, na Faixa de Gaza, no qual sete trabalhadores da ONG humanitária World Central Kitchen (WCK) foram mortos”.
Após esse caso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chegou a afirmar que “isso acontece na guerra”. No entanto, Netanyahu lamentou o “acontecimento trágico”.
“Infelizmente, no dia passado, ocorreu um acontecimento trágico em que as nossas forças feriram involuntariamente não combatentes na Faixa de Gaza. Isso acontece na guerra”, declarou o premier em vídeo após receber alta de uma cirurgia de hérnia no último domingo (31/3).
Solidariedade do Itamaraty
O Itamaraty também prestou solidariedade “ao povo da Palestina e dos demais países de nacionalidade das vítimas (Austrália, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Polônia), sobretudo a seus familiares”.
Além disso, o Brasil lamentou que mais de 200 agentes humanitários tenham sido mortos em Gaza, território do conflito humanitário entre Israel e o grupo extremista Hamas que começou em 7 de outubro de 2023.
A nota do Itamaraty ainda destacou que esse número de mortes é o maior da história da Organização das Nações Unidas (ONU), representando quase o triplo de vítimas registradas em um único conflito, no período de um ano.
“O governo brasileiro reitera o firme repúdio a toda e qualquer ação militar contra alvos civis, sobretudo aqueles ligados à prestação de ajuda humanitária e de assistência médica. Reitera a importância do cumprimento da demanda de um cessar-fogo imediato contida na resolução 2728 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em 25 de março. E recorda o caráter obrigatório das medidas cautelares proferidas pela Corte Internacional de Justiça, em 26 de janeiro, e ampliadas, em 28 de março, no âmbito do processo instaurado contra Israel, com base na Convenção para a Repressão e Punição do Crime de Genocídio”, diz trecho do comunicado oficial.