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Itamaraty apura “desaparecimento” de brasileiros que foram para guerra

Segundo informações iniciais, dois jovens deixaram o Brasil na noite de 30 de março. Eles não dão notícias há cinco dias

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Uma procissão fúnebre para o soldado ucraniano Dmitry Zhelisko chega ao cemitério em 03 de abril de 2022 em Rusyn, Ucrânia
1 de 1 Uma procissão fúnebre para o soldado ucraniano Dmitry Zhelisko chega ao cemitério em 03 de abril de 2022 em Rusyn, Ucrânia - Foto: Joe Raedle/Getty Image

A diplomacia brasileira investiga o possível desaparecimento de brasileiros que foram voluntariamente combater na guerra na Ucrânia. O Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada brasileira em Varsóvia, na Polônia, acompanham o caso.

O Itamaraty não divulgou detalhes sobre a identidade e onde moraram os desaparecidos. O último contato deles teria ocorrido há cinco dias, em 1º de abril, quando chegaram em Varsóvia.

O planejamento dos jovens era seguir da Polônia para a fronteira ucraniana até chegarem a Lviv, cidade no oeste do país.

“O Itamaraty, por meio de sua Embaixada em Varsóvia, tomou conhecimento de possível desaparecimento de nacionais na Polônia e está à disposição para prestar toda a assistência consular cabível aos familiares”, informou o órgão em nota.

Segundo informações iniciais, os dois jovens deixaram o Brasil na noite de 30 de março, embarcando no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, rumo a Paris, capital francesa.

Desde o início do conflito, o governo ucraniano criou um site para recrutar estrangeiros com formação militar para a Legião Internacional de Defesa do Território.

Alerta da Otan

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) admitiu que o mundo está um lugar mais perigoso após a invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro, e falou cogitou novas estratégias de defesa para aliados.

Nesta quarta-feira (6/4), o secretário-geral da entidade, Jens Stoltenberg, avaliou que a guerra “poderá durar muitos meses e até anos”, repetindo uma análise já feita pelos Estados Unidos.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

O chefe da Otan voltou a garantir ajuda à Ucrânia. “Desde a invasão, os aliados aumentaram o seu apoio. Os aliados estão a fornecer armas antitanque, antiaéreas e sistemas de defesa aérea, mas também vários tipos de sistemas avançados de armamento”, frisou.

Os Estados Unidos, a União Europeia e o G7, grupo dos países mais ricos do mundo, confirmaram mais uma rodada de sanções econômicas e comerciais contra a Rússia. Na mira das penalidades impostas, há bancos, empresas estatais, autoridades públicas e políticos.

Cidades destruídas

A Ucrânia vive o 41º dia de ataques consecutivos desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro. O desgaste diplomático está cada vez maior e resvala em outros países. O governo ucraniano estima que 80% da população de Bucha, cidade próxima da capital Kiev, foi dizimada.

Imagens divulgadas pela imprensa internacional mostram o que seria a terceira cidade ucraniana devastada após a invasão russa, em 24 de fevereiro. Um vídeo divulgado nesta quarta-feira revela a destruição de Moschun, cidade próxima a capital Kiev.

Críticas de Zelensky

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, condenou o comportamento de países do Ocidente e acusou as nações de pensarem mais em dinheiro do que no horror da guerra.

A reclamação de Zelensky, feita nesta quarta-feira no Parlamento da Irlanda, ocorre após integrantes da União Europeia se dividirem sobre novas sanções contra a Rússia.

“A única coisa que nos falta é a abordagem de princípios de alguns líderes, líderes políticos e líderes empresariais, que ainda pensam que a guerra e os crimes de guerra não são algo tão horrível quanto as perdas financeiras”, lamentou. “Não posso tolerar nenhuma indecisão depois de tudo o que as tropas russas fizeram”, concluiu.

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