Itamaraty apura “desaparecimento” de brasileiros que foram para guerra
Segundo informações iniciais, dois jovens deixaram o Brasil na noite de 30 de março. Eles não dão notícias há cinco dias
atualizado
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A diplomacia brasileira investiga o possível desaparecimento de brasileiros que foram voluntariamente combater na guerra na Ucrânia. O Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada brasileira em Varsóvia, na Polônia, acompanham o caso.
O Itamaraty não divulgou detalhes sobre a identidade e onde moraram os desaparecidos. O último contato deles teria ocorrido há cinco dias, em 1º de abril, quando chegaram em Varsóvia.
O planejamento dos jovens era seguir da Polônia para a fronteira ucraniana até chegarem a Lviv, cidade no oeste do país.
“O Itamaraty, por meio de sua Embaixada em Varsóvia, tomou conhecimento de possível desaparecimento de nacionais na Polônia e está à disposição para prestar toda a assistência consular cabível aos familiares”, informou o órgão em nota.
Segundo informações iniciais, os dois jovens deixaram o Brasil na noite de 30 de março, embarcando no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, rumo a Paris, capital francesa.
Desde o início do conflito, o governo ucraniano criou um site para recrutar estrangeiros com formação militar para a Legião Internacional de Defesa do Território.
Alerta da Otan
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) admitiu que o mundo está um lugar mais perigoso após a invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro, e falou cogitou novas estratégias de defesa para aliados.
Nesta quarta-feira (6/4), o secretário-geral da entidade, Jens Stoltenberg, avaliou que a guerra “poderá durar muitos meses e até anos”, repetindo uma análise já feita pelos Estados Unidos.
O chefe da Otan voltou a garantir ajuda à Ucrânia. “Desde a invasão, os aliados aumentaram o seu apoio. Os aliados estão a fornecer armas antitanque, antiaéreas e sistemas de defesa aérea, mas também vários tipos de sistemas avançados de armamento”, frisou.
Os Estados Unidos, a União Europeia e o G7, grupo dos países mais ricos do mundo, confirmaram mais uma rodada de sanções econômicas e comerciais contra a Rússia. Na mira das penalidades impostas, há bancos, empresas estatais, autoridades públicas e políticos.
Cidades destruídas
A Ucrânia vive o 41º dia de ataques consecutivos desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro. O desgaste diplomático está cada vez maior e resvala em outros países. O governo ucraniano estima que 80% da população de Bucha, cidade próxima da capital Kiev, foi dizimada.
Imagens divulgadas pela imprensa internacional mostram o que seria a terceira cidade ucraniana devastada após a invasão russa, em 24 de fevereiro. Um vídeo divulgado nesta quarta-feira revela a destruição de Moschun, cidade próxima a capital Kiev.
Críticas de Zelensky
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, condenou o comportamento de países do Ocidente e acusou as nações de pensarem mais em dinheiro do que no horror da guerra.
A reclamação de Zelensky, feita nesta quarta-feira no Parlamento da Irlanda, ocorre após integrantes da União Europeia se dividirem sobre novas sanções contra a Rússia.
“A única coisa que nos falta é a abordagem de princípios de alguns líderes, líderes políticos e líderes empresariais, que ainda pensam que a guerra e os crimes de guerra não são algo tão horrível quanto as perdas financeiras”, lamentou. “Não posso tolerar nenhuma indecisão depois de tudo o que as tropas russas fizeram”, concluiu.