Israelenses que atuaram em Brumadinho receberão honraria de Bolsonaro
No passado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também recebeu a condecoração, assim como Che Guevara e a rainha Elizabeth II
atualizado
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Enviado especial a Jerusalém (Israel) – As tropas israelenses que atuaram em Brumadinho (MG) após o rompimento da barragem da mineradora Vale, que deixou centenas de mortos, receberão a honraria máxima concedida pelo Brasil, das mãos do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Os militares de Israel serão agraciados com a Insígnia da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. A entrega está prevista na agenda oficial do presidente em Israel e será realizada na próxima segunda-feira (1º/4).
No passado, o guerrilheiro da revolução cubana Ernesto Che Guevara e a rainha Elizabeth II, da Inglaterra, foram alguns dos condecorados com a medalha. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também recebeu a honraria.
Bolsonaro chega em Israel no domingo (31/3) e se reúne com Netanyahu no mesmo dia. Depois do almoço, eles terão um encontro privado. Estão previstas as assinaturas de acordos nas áreas de ciência e tecnologia, defesa, segurança pública, saúde e medicina. Os detalhes, entretanto, não foram divulgados pelo governo.
Na sequência, os dois chefes de Estado participarão de um jantar na casa do primeiro-ministro e farão uma declaração conjunta à imprensa.
O primeiro-ministro Israelense se encontrou com Bolsonaro no Rio de Janeiro, antes da posse do presidente da República, e também acompanhou a transmissão do cargo para o peesselista em Brasília. Netanyahu é o terceiro chefe de Estado a receber uma visita oficial do presidente brasileiro. Antes Bolsonaro se encontrou com Donald Trump, nos Estados Unidos, e Sebastian Piñera, no Chile.
Veja imagens da passagem de Netanyahu pelo Brasil e das outras missões internacionais de Bolsonaro:
Os ministros que irão acompanhar o presidente são os responsáveis: pela pasta das Relações Exteriores (MRE), Ernesto Araújo; por Minas e Energia (MME), Bento Costa Lima Leite; pela Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (CTIC), Marcos Pontes; e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.
No dia seguinte, segunda-feira (1º/4), o presidente irá até a unidade de contraterrorismo da polícia israelense. O filho mais velho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PSL), que integrará a comitiva brasileira, deve estar presente nesses compromissos.
Após a entrega das medalhas para as equipes que atuaram em Brumadinho, o presidente vai visitar um dos locais mais sagrados do judaísmo, o Muro das Lamentações. A construção é resquício do Templo de Heródes, o primeiro construído após a fuga dos judeus do cativeiro da Babilônia.
Agenda econômica
O terceiro dia da viagem será dedicado à agenda econômica. Bolsonaro abre as atividades com um café da manhã junto a empresários israelo-brasileiros que tocam empresas de tecnologia. Depois segue para encontros com empresários e industriais, tanto locais quanto brasileiros, com quem almoça.
Na parte da tarde, está prevista uma visita ao Museu do Holocausto, em memória aos 6 milhões de judeus mortos vítimas do nazismo. No fim do dia, cumprindo um rito tradicional aos visitantes de Israel, Bolsonaro vai plantar um pé de oliveira, que dá origem ao azeite de oliva, no Bosque das Nações.
No último dia, quarta-feira (3), Bolsonaro vai pela manhã à cidade de Ra’anana, a 80 km de Jerusalém, onde terá encontro com brasileiros que moram por lá. Depois ele segue para Tel Aviv, de onde retorna para o Brasil.
Chegada
A chegada de Bolsonaro foi antecipada por uma reação crítica da mídia local ao recuo do presidente em transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv, onde está hoje em dia, para Jerusalém, pleito dos israelenses.
Na quinta-feira (28/3), o presidente disse que o país deve abrir um escritório de negócios em Jerusalém. A Embaixada do Brasil em Israel está localizada em Tel Aviv e, na campanha, Bolsonaro disse que tinha planos para transferi-la para Jerusalém. “Talvez a gente abra um escritório de negócios”, reformulou o capitão da reserva.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro defendeu a mudança de localização da representação diplomática brasileira em Israel. Nessa quinta, porém, ele destacou que o presidente Donald Trump, com quem se reuniu recentemente, levou aproximadamente nove meses para efetuar a alteração.
O jornal Haaretz informa que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tinha “alta expectativa” que o brasileiro anunciasse formalmente a mudança na embaixada. No próximo dia 9 de abril, Israel terá eleições gerais e o atual mandatário é candidato a permanecer no cargo. A mudança poderia sinalizar apoio político internacional ao líder.