Israel x Hamas: trégua entra no 5º dia em meio à espera de mais reféns
A trégua na guerra entre Israel e o Hamas foi estendida em mais dois dias. O combinado prevê a libertação de reféns e de prisioneiros
atualizado
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Nesta terça-feira (28/11), a trégua na guerra entre Israel e Hamas chega ao 5º dia. O cessar-fogo temporário estava previsto para terminar nessa segunda (27/11), mas foi estendido por mais dois dias. Ainda que com entraves, o acordo entre Israel e Hamas freou a guerra, além de permitir a saída de reféns e a libertação de prisioneiros palestinos.
Na noite de segunda, pelo horário local, o Hamas entregou à Cruz Vermelha a quarta leva de reféns. O grupo de 11 pessoas, entre mulheres e crianças, completou a previsão de 50 solturas estipuladas no acordo. Além desses, deixaram o cativeiro 18 estrangeiros e um israelense com nacionalidade russa, a partir de negociações externas ao tratado.
Em contrapartida, Israel tanto cessou os ataques à Faixa de Gaza quanto libertou 150 palestinos presos ou detidos que estavam confinados em prisões israelenses. O grupo, dividido em quatro levas, é formado em grande parte por mulheres e menores de idade.
Veja a relação de libertações a cada dia de trégua:
1º dia de trégua (24/11):
- 13 israelenses e 11 estrangeiros libertados pelo Hamas;
- 39 prisioneiros palestinos soltos por Israel;
2º dia de trégua (25/11):
- 13 israelenses e 4 estrangeiros libertados pelo Hamas;
- 39 prisioneiros palestinos soltos por Israel;
3º dia de trégua (26/11):
- 14 israelenses (incluindo o cidadão russo negociado por Moscou) e 3 estrangeiros libertados pelo Hamas;
- 39 prisioneiros palestinos soltos por Israel;
4º dia de trégua (27/11):
- 11 reféns israelenses libertados pelo Hamas;
- 33 prisioneiros palestinos soltos por Israel.
O governo do Catar confirmou que o período de cessar-fogo foi prolongado por mais dois dias, para além dos quatro já previstos. “O Estado do Catar anuncia, como parte da mediação em curso, que foi alcançado um acordo para prolongar a pausa humanitária por mais dois dias na Faixa de Gaza”, anunciou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do país, Majed Al-Ansari.
Também na segunda, o representante do governo do Catar afirmou à Al Jazeera que o país espera que a concordância de ambos os lados para estender a interrupção e que isso signifique a “abertura das portas para negociações para uma trégua mais duradoura e sustentável”.
O acordo entre Israel e o Hamas foi costurado com apoio dos Estados Unidos e com a mediação do governo do Catar. O tratado permitiu a primeira interrupção no conflito desde o último dia 7 de outubro, quando o grupo extremista promoveu um ataque surpresa a Israel.
A interrupção da guerra se deu justamente quando Israel era alvo de pressões internas e da comunidade internacional. O principal aliado de Israel, os Estados Unidos, passou a pressionar o país por uma interrupção que permitisse a chegada de ajuda humanitária à Faixa de Gaza e a libertação de reféns.
Guerra, porém, deve continuar
Embora cresça a expectativa de um acordo mais duradouro, Israel tem afirmado, reiteradas vezes, que pretende retomar a guerra contra o Hamas, após concluir o período de trégua. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que os “combates intensos” devem durar pelo menos mais dois meses, após a trégua para a libertação de reféns.
Logo após fechar o acordo, o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a guerra não acabou e que só terá fim quando o país cumprir suas metas: libertar todos os reféns mantidos em Gaza, destruir o Hamas e garantir que nenhum grupo ameace a existência de Israel.
O conflito entre Israel e o grupo extremista escalou no último dia 7 de outubro, quando o Hamas promoveu uma série de ataques ao país. A partir de então, Israel passou a promover retaliações à Faixa de Gaza, por meio de bombardeios e de um cerco que desencadeou uma crise humanitária na região.
Libertação mais recente
Na segunda, o Hamas libertou 11 reféns capturados no último dia 7 de outubro. O grupo é formado principalmente por crianças. Assim como nas solturas anteriores, as pessoas foram entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha Internacional, que os transportou até Israel.
De acordo com o governo do Catar, do grupo de israelenses, três deles têm cidadania francesa, dois possuem cidadania alemã e seis também são cidadãos argentinos. O governo de Israel divulgou a identidade de cada um dos reféns libertados:
- Yuli Cunio (3 anos);
- Emma Cunio (3);
- Eitan Yahalomi (12);
- Yuval Engel (12);
- Erez Calderon (12);
- Yagil Yaakov (12);
- Or Yaakov (16);
- Sahar Calderon (16);
- Mika Engel (18);
- Sharon Aloni-Cunio (34);
- Karina Engel-Bart (51).
A soltura seguiu os trâmites das outras três levas de libertação. Houve um entrave apenas no último sábado (25/11), quando o Hamas decidiu atrasar o processo. Segundo os extremistas, a medida decorreu de os israelenses não cumprirem tudo o que foi combinado em relação à libertação dos presos e à entrada de caminhões com ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza.