Israel x Hamas: trégua chega a 6º dia com chance de mais libertações
Trata-se do último dia previsto para interrupção das ofensivas. Inicialmente, o acordo previa trégua de quatro dias, que foi estendida
atualizado
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Nesta quarta-feira (29/11), a trégua na guerra entre Israel e Hamas chega ao 6º dia. Conforme estabelecido entre ambos os lados do conflito, trata-se do último dia previsto para interrupção das ofensivas, em troca da libertação de reféns e prisioneiros. Não há confirmação, até o momento, de uma nova extensão do cessar-fogo temporário.
Desde que o acordo começou a valer, na última sexta-feira (24/11), os extremistas do Hamas libertaram 81 reféns, sendo 61 israelenses e 20 estrangeiros. Em contrapartida, o governo israelense permitiu a soltura de 180 prisioneiros palestinos, em grande parte mulheres e menores de 18 anos.
Veja a relação de libertações a cada dia de trégua:
1º dia de trégua (24/11):
- 13 israelenses e 11 estrangeiros libertados pelo Hamas;
- 39 prisioneiros palestinos soltos por Israel.
2º dia de trégua (25/11):
- 13 israelenses e quatro estrangeiros libertados pelo Hamas;
- 39 prisioneiros palestinos soltos por Israel.
3º dia de trégua (26/11):
- 14 israelenses (incluindo o cidadão russo negociado por Moscou) e três estrangeiros libertados pelo Hamas;
- 39 prisioneiros palestinos soltos por Israel.
4º dia de trégua (27/11):
- 11 reféns israelenses libertados pelo Hamas;
- 33 prisioneiros palestinos soltos por Israel.
5º dia de trégua (28/11):
- 10 reféns israelenses e dois estrangeiros libertados pelo Hamas;
- 30 prisioneiros palestinos soltos por Israel.
Inicialmente, os dois lados do conflito, em acordo costurado pelo Catar e apoiado pelos Estados Unidos, concordaram com a libertação de 50 reféns israelenses, em troca da soltura de 150 prisioneiros palestinos e cessar-fogo temporário de quatro dias. A interrupção do conflito acabou estendida em mais dois dias.
Assim, o prazo para vencer a trégua mudou para a quinta-feira (30/11). Segundo a agência de notícias Al Jazeera, na Faixa de Gaza, moradores torcem pela extensão do período de cessar-fogo na região, mas se preparam para a retomada dos bombardeios e incursões terrestres.
Em diversas ocasiões, o governo de Israel deu indicações de que pretende retomar a guerra assim que acabar a trégua. A guerra, segundo o próprio governo, visa a destruição do grupo e de qualquer outra ameaça à existência de Israel.
O conflito entre Israel e Hamas eclodiu no último dia 7 de outubro, quando os extremistas promoveram um ataque surpresa no país, em que matou mais de 1,2 mil pessoas e fez mais de 240 reféns.
A partir de então, as Forças de Defesa de Israel (FDI) têm promovido bombardeios e incursões terrestres à Faixa de Gaza, região dominada pelo grupo extremista. Segundo o Ministério da Saúde local, também liderado pelo Hamas, o conflito deixou mais de 15 mil mortos no território palestino.
Atrito na trégua
Nessa terça, o Hamas acusou Israel de descumprir o acordo de trégua na região norte da Faixa de Gaza. “Como resultado de uma violação clara por parte do inimigo do acordo de trégua no norte da Faixa de Gaza hoje, ocorreram atritos no campo, e os nossos mujahideen [combatentes] lidaram com essa violação”, escreveu o braço armado do grupo no Telegram.
As Forças de Defesa de Israel, porém, informaram também nessa terça que diversos soldados ficaram feridos após três dispositivos explosivos serem detonados próximo às tropas israelenses no norte de Gaza. O órgão disse considerar que ocorreu uma violação do “quadro da pausa operacional”.
Os atritos, no entanto, não impediram que os planos de libertação tivessem seguimento. O Hamas libertou 12 reféns, entre 10 israelenses e dois estrangeiros. Nessa leva, há uma menor de 18 anos, nove mulheres e dois cidadãos tailandeses, que foram transportados pela Cruz Vermelha de Gaza para o Egito e, depois, para Israel.
Do lado de israelense, 30 palestinos foram colocados em liberdade. De acordo com o governo do Catar, o grupo é formado por 15 menores de 18 anos e 15 mulheres. Parte das pessoas libertadas foi recebida com festa nas ruas de Ramallah, na Cisjordânia.