Israel x Hamas: trégua acaba com soltura de 345 reféns e prisioneiros
Enquanto durou, a trégua entre Israel e o grupo extremista Hamas permitiu a libertação de 105 reféns e a soltura de 240 prisioneiros
atualizado
Compartilhar notícia
Após não chegarem a um novo acordo sobre a extensão da trégua, Israel e Hamas retornaram ao campo de batalha. Por sete dias, os dois lados do conflito interromperam as ofensivas, de forma a permitir a libertação de reféns, pelo lado dos extremistas, em troca da libertação de prisioneiros palestinos, do lado de Israel. O período contabilizou 345 solturas.
Durante a vigência do acordo, o Hamas libertou 105 reféns que haviam sido capturados no ataque de 7 de outubro a Israel. Desse grupo, 81 são israelenses, e 24, estrangeiros, sendo estes negociados fora do acordo.
Do grupo de israelenses, três reféns de cidadania russa tiveram a libertação negociada por Moscou. O grupo extremista destacou a soltura como um gesto de retribuição ao apoio prestado pelo presidente Vladimir Putin.
O acordo firmado entre Israel e o Hamas representou um alívio para as famílias dos reféns, que, após mais de 50 dias de guerra ininterrupta, reencontraram parte dos capturados.
Ainda assim, segundo a mídia israelense, Israel estima que o número de reféns ainda sob custódia do Hamas e de outros grupos da região seja de 137.
Libertação de prisioneiros
O acordo firmado entre os dois lados do conflito previa que, em troca da libertação de reféns, Israel soltasse prisioneiros e detidos palestinos. Somados os sete dias de trégua, o lado israelense permitiu a soltura de 240 prisioneiros. A maior parte dos palestinos soltos é formada por mulheres e menores de 18 anos.
Além disso, houve um incremento significativo na entrada de ajuda humanitária em Gaza, o que representou um alívio na situação de crise humanitária instalada na região. A população do enclave palestino, estimada em mais de 2 milhões, lida com escassez de água, alimentos, remédios e combustíveis em razão de um cerco promovido por Israel.
Desde 7 de outubro, o território palestino está sob a ofensiva de Israel, após o Hamas ter empreendido um ataque surpresa ao país. O grupo extremista, na ação, matou mais de 1,2 mil pessoas e sequestrou 240 reféns.
A partir de então, Israel passou a promover retaliações à Faixa de Gaza, com incursões terrestres, ataques aéreos e cerco à região. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, dominado pelo Hamas, o número de mortos passa dos 15 mil.
Retomada do conflito
Nessa sexta-feira (1º/12), Israel e Hamas retomaram as ofensivas. De acordo com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o Hamas não concordou em libertar mais reféns, como o combinado. Assim, infringiu os termos da trégua, e a guerra continuou.
De acordo com o gabinete de Netanyahu, o Hamas não libertou todas as mulheres reféns e ainda lançou foguetes contra Israel.
“Com o recomeço dos combates, enfatizamos que o governo israelense está empenhado em alcançar os objetivos da guerra: libertar os nossos reféns, eliminar o Hamas e garantir que Gaza nunca representará uma ameaça para os residentes de Israel”, postou o gabinete do primeiro-ministro.
Já o Hamas alega que Israel não aceitou proposta para libertar mais prisioneiros. Em comunicado, o grupo informou que os israelenses recusaram “todas estas ofertas porque tinham [tomado] decisão prévia de retomar a sua agressão criminosa contra a Faixa de Gaza”.
Acordo
As cláusulas iniciais previam a libertação de 50 reféns israelenses em troca da soltura de 150 prisioneiros palestinos e trégua de quatro dias. O acordo, intermediado pelo Catar, foi cumprido entre 24 e 27 de outubro.
Perto do fim do prazo, os dois lados decidiram estender o acordo em mais dois dias, no caso, 28 e 29 de novembro. Poucos minutos antes da finalização da extensão, na quinta (29/11), Israel e Hamas concordaram em estender a trégua por mais um dia.