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Israel x Hamas: países temem escalada, mas travam acordo contra guerra

Conselho de Segurança da ONU se debruçou sobre a questão entre Israel e Hamas. Proposta brasileira pode ser votada nesta terça (17/10)

atualizado

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Mustafa Hassona/Anadolu via Getty Images
Mulher caminha entre edifícios destruídos e destroços no bairro de al-Rimal após ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza - Metrópoles
1 de 1 Mulher caminha entre edifícios destruídos e destroços no bairro de al-Rimal após ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza - Metrópoles - Foto: Mustafa Hassona/Anadolu via Getty Images

Esta terça (17/10) marca o 11º dia da guerra entre Israel e o Hamas. O conflito, ainda sem previsão de chegar ao fim, até o momento, resultou em mais de 4 mil mortes e lançou a Faixa de Gaza, região onde vivem mais de 2 milhões de pessoas, em uma crise humanitária. Nesse cenário, atores internacionais se articulam para evitar mais óbitos e um embate com proporções ainda maiores.

Na noite dessa segunda-feira (16/10), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) voltou a discutir uma resolução que trata do conflito entre Israel e o grupo radical. O objetivo seria frear a guerra de forma a conter as consequências humanitárias na região.

A cúpula, porém, não chegou a um consenso e será retomada nesta terça-feira (17/10), com uma proposta feita por diplomatas brasileiros. Ontem, com duas minutas na mesa, apenas uma delas foi votada. O texto apresentado pela Rússia pedia um cessar-fogo imediato, além de ajuda humanitária, mas sem condenar diretamente o Hamas.

A proposta não passou. A ideia de cessar-fogo imediato contraria a posição dos Estados Unidos do direito de Israel retaliar os ataques do Hamas por meio dos bombardeios à Palestina.

A outra minuta na mesa do conselho partiu do Brasil. A proposta condena o Hamas pelos ataques e pede que seja suspensa a medida de desocupação exigida por Israel aos moradores da região norte da Faixa de Gaza. Ela será rediscutida nesta terça e tem os seguintes pontos:

  • Condena nominalmente o grupo extremista Hamas pelos atentados terroristas do dia 7 de outubro em Israel
  • Pede a libertação dos cerca de 200 reféns que estão com o Hamas
  • Argumenta que Israel reveja a ordem de deslocar os civis do norte para o sul da Faixa de Gaza, por causa da crise humanitária criada
  • Exige que Israel e Hamas se comprometam com as leis internacionais, principalmente para a defesa dos civis
  • Permite que aconteça a entrada e a proteção de ajuda humanitária na Faixa de Gaza

Ainda que agrade mais países, entre eles os Estados Unidos, não é garantida a aprovação, já que seriam necessários nove votos do 15 e nenhum dos membros permanentes poderia vetar o texto. A Rússia apresentou emendas à redação, que ainda devem ser apreciadas.

Ainda que não tenham decidido uma medida sobre o conflito, as falas dos membros foram unânimes em reconhecer a gravidade da situação a que os cidadãos da Faixa de Gaza estão submetidos e a necessidade de ações humanitárias na região.

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Cidadãos palestinos inspecionam sua casa destruída durante os ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 16 de outubro de 2023 em Khan Yunis, Gaza
Uma visão da devastação na cidade de Beit Hanoun da cidade israelense de Sderot após ataques aéreos israelenses em 16 de outubro de 2023
Equipes de defesa civil e moradores locais tentam resgatar pessoas dos escombros da casa destruída de uma família palestina atingida por um ataque aéreo israelense em Khan Yunis, Gaza, em 16 de outubro de 2023
Criança palestina ferida é transportada para o Hospital Naseer após ataque aéreo israelense enquanto os ataques israelenses continuam no 10º dia em Khan Yunis, Faixa de Gaza, em 16 de outubro de 2023
Equipes de defesa civil e residentes lançam uma operação de busca e resgate em torno dos escombros de edifícios destruídos enquanto os ataques israelenses continuam no 10º dia em Rafah, Gaza, em 16 de outubro de 2023
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Israel continua a enviar soldados, tanques e veículos blindados perto da fronteira de Gaza em Ashkelon, Israel, em 16 de outubro de 2023

Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Cidadãos palestinos inspecionam sua casa destruída durante os ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 16 de outubro de 2023 em Khan Yunis, Gaza

Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Uma visão da devastação na cidade de Beit Hanoun da cidade israelense de Sderot após ataques aéreos israelenses em 16 de outubro de 2023

Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images
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Equipes de defesa civil e moradores locais tentam resgatar pessoas dos escombros da casa destruída de uma família palestina atingida por um ataque aéreo israelense em Khan Yunis, Gaza, em 16 de outubro de 2023

Belal Khaled/Anadolu via Imagens Getty
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Criança palestina ferida é transportada para o Hospital Naseer após ataque aéreo israelense enquanto os ataques israelenses continuam no 10º dia em Khan Yunis, Faixa de Gaza, em 16 de outubro de 2023

Mustafa Hassona/Anadolu via Getty Images
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Equipes de defesa civil e residentes lançam uma operação de busca e resgate em torno dos escombros de edifícios destruídos enquanto os ataques israelenses continuam no 10º dia em Rafah, Gaza, em 16 de outubro de 2023

Rahim Khatib/Anadolu através da Getty Images
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Palestinos deixam suas casas em segurança em meio aos destroços de edifícios destruídos após o ataque aéreo israelense no bairro de Tel al-Hawa enquanto os ataques israelenses continuam no 10º dia na Faixa de Gaza em 16 de outubro de 2023

Ali Jadallah /Anadolu via Getty Images

Mortos e crise humanitária

A guerra entre Israel e o Hamas, até o momento, resultou na morte de pelo menos 4.178 pessoas de ambos os lados do conflito. O Ministério da Saúde da Palestina, nessa segunda-feira (16/10), informou que 2.778 pessoas perderam a vida em seus territórios. Israel apontou 1,4 mil mortes.

Na última sexta-feira (13/10), as Forças de Defesa de Israel determinaram que todos os civis da área deixassem o norte da Faixa de Gaza. A ONU alertou, porém, ser impossível esse deslocamento sem “consequências humanitárias devastadoras”.

O governo de Israel estendeu o prazo para desocupação, mas não recuou da medida, o que levou centenas de milhares de famílias a deixarem tudo para trás. E, em meio a essa mobilização, os ataques não cessaram.

Os bombardeios contra a Faixa de Gaza se somam à falta de suprimentos de primeira necessidade, a partir da iniciativa de Israel de ordenar um cerco total à região. Gaza tem carecido, por exemplo, de alimentos, combustíveis e remédios.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, nessa segunda (16/10), que restam “24 horas de água, eletricidade e combustível” na Faixa de Gaza e que, depois que esse prazo acabar, “uma verdadeira catástrofe” vai se instalar na região.

Ahmed Al-Mandhari, diretor regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental, pediu autorização para a entrada de comboios de ajuda. Esse apoio humanitário está preso no portão de Rafah, entre Gaza e Egito.

Acirramento do conflito

O conflito entre os israelenses e o grupo radical escalou no último dia 7, quando o Hamas empreendeu um ataque-surpresa contra o território israelense. Em retaliação, Israel declarou guerra e passou a promover bombardeios à Faixa de Gaza.

Além do disparo de mísseis contra o território palestino, Israel ameaça ampliar o contra-ataque por meio da invasão da Faixa de Gaza por “ar, mar e terra”. No último sábado (14/10), o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, afirmou que o ataque à região ocorrerá “muito em breve”.

A tensão também cresceu na fronteira norte, quando, no dia seguinte ao ataque do Hamas, o Hezbollah, grupo armado apoiado pelo Irã, em solidariedade aos palestinos, iniciou o disparo de mísseis contra uma região alvo de disputa entre o Líbano e Israel. Nessa esteira, Israel reagiu, e a troca de ataques segue.

O conflito na fronteira norte acentua a tensão de que um novo ator entre na disputa, o que aumentaria a violência na região. Um documento das Forças de Defesa de Israel (FDI), ao qual o Metrópoles teve acesso, aponta que a participação direta do Hezbollah no conflito poderia levar a uma “guerra destrutiva”.

O relatório das FDI acrescenta que não faz parte dos interesses de Israel escalar o conflito com o Hezbollah, mas que agirá de forma a defender os seus cidadãos, onde quer que sejam ameaçados.

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