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Israel x Hamas: guerra tem trégua com expectativa por saída de reféns

Acordo entre Israel e Hamas prevê que libertação de reféns comece nesta sexta (24/11), paralela a cessar-fogo e libertação de prisioneiros

atualizado

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Imagem colorida mostra a fumaça sobe depois que ataques israelenses aéreos, marítimos e terrestres atingiram áreas residenciais em Rafah, Gaza, em 23 de novembro de 2023 - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra a fumaça sobe depois que ataques israelenses aéreos, marítimos e terrestres atingiram áreas residenciais em Rafah, Gaza, em 23 de novembro de 2023 - Metrópoles - Foto: Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images

Na véspera do 50º dia desde a escalada do conflito entre Israel e Hamas, a Faixa de Gaza amanhece com uma promessa de interrupção nos ataques de ambos os lados. A trégua, que deve durar apenas quatro dias inicialmente, faz parte do acordo firmado entre israelenses e o grupo extremista para permitir a libertação de parte dos reféns capturados no ataque de 7 de outubro.

O governo do Catar assegurou que o acordo começa a ser cumprido já nesta sexta-feira (24/11). Majed al-Ansari, porta-voz do Ministério de Negócios Estrangeiros do país árabe, afirmou que a libertação dos primeiros reféns está prevista para as 16h (11h de Brasília). A primeira leva deve conter 13 pessoas.

O acordo, costurado com apoio dos Estados Unidos (EUA) e que contou com a mediação do governo do Catar, prevê a libertação de um grupo de 50 pessoas, entre mulheres e crianças, dos 240 reféns mantidos pelo Hamas e por grupos extremistas da região. A expectativa é que grupos de 12 a 13 reféns sejam libertados em cada um dos quatro dias de trégua.

Além da interrupção do conflito, o acordo prevê a libertação de 150 prisioneiros palestinos mantidos por Israel. O governo israelense ressaltou que não permitirá a libertação de pessoas acusadas de homicídio. Os termos também estipulam a entrada de combustível e suprimentos humanitários na Faixa de Gaza durante a pausa.

O trâmite esperado para a libertação dos reféns, como informou o governo do Catar, deve seguir o mesmo das outras quatro pessoas que receberam liberdade até o momento. Assim, os extremistas, após reunirem o grupo a ser libertado, devem entregar os reféns à Cruz Vermelha, que fará o transporte até a fronteira.

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Fumaça sobre Beit Hanoun após bombardeio israelense
Vista da destruição no campo de refugiados de Nuseirat, na cidade de Gaza
Fumaça na Faixa de Gaza é vista do território de Israel
Nuvem de fumaça após bombardeio na cidade de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza
Palestino tenta apagar focos de incêndio após bombardeio em Khan Yunis
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Mulher recolhe roupas após ter a casa destrída por bombardeio israelense em Deir el-Balah, na Faixa de Gaza

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Fumaça sobre Beit Hanoun após bombardeio israelense

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Vista da destruição no campo de refugiados de Nuseirat, na cidade de Gaza

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Fumaça na Faixa de Gaza é vista do território de Israel

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Nuvem de fumaça após bombardeio na cidade de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza

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Palestino tenta apagar focos de incêndio após bombardeio em Khan Yunis

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Na cidade de Deir al Balah, criança anda entre os escombros de prédios destruídos por bombardeios de Israel

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Novo capítulo

Além de trazer esperanças para as famílias das pessoas capturadas pelo Hamas, a trégua e a libertação dos capturados marca o início de um novo capítulo na guerra entre Israel e o Hamas, já que é a primeira vez que há um acordo entre as duas partes desde a escalada do conflito, no último dia 7 de outubro.

Na data, o Hamas empreendeu um ataque surpresa contra Israel, por via aérea, terrestre e marítima. A ação resultou em mais de 1,4 mil mortos, além de terem sido capturados mais de 240 reféns. Desde então, as forças de defesa israelenses têm realizado bombardeios e incursões terrestres na Faixa de Gaza, que já mataram mais de 14 mil pessoas.

Embora a área seja dominada pelo Hamas, há uma população de mais de 2 milhões de civis que sofrem com as consequências do conflito. Além de serem vítimas dos bombardeios, sofrem com o cerco de Israel, que lançou a região em uma situação de crise humanitária. Assim, palestinos lidam com a escassez de recursos básicos, como água, alimentos e remédios.

Em coletiva de imprensa nessa quarta (22/11), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reafirmou que, após cumprido o cessar-fogo, a guerra continuará. Segundo o líder, o conflito não terá fim enquanto não forem cumpridos os objetivos de destruir os extremistas, libertar todos os reféns e garantir que não haverá novos grupos que ameacem o país.

No discurso, Netanyahu afirmou que as condições para o acordo entre as duas partes do conflito foram criadas pela “pressão massiva” empreendida pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), por meio de bombardeios e incursões terrestres, aliada à questão diplomática.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, informou, nessa quinta (23/11), que os “combates intensos” devem durar pelo menos mais dois meses após a trégua para a libertação de reféns que tem início nesta sexta.

Tentativas frustradas

Apenas a negociação em torno dos reféns foi capaz de frear o conflito. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), em 15 de novembro, aprovou resolução que pedia a adoção de pausas humanitárias urgentes e a libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas. A medida, porém, não foi atendida pelo governo de Israel nem pelo Hamas.

Na reunião que votou o texto, Brett Jonathan Miller, vice-representante permanente de Israel no colegiado, destacou que Israel não precisa de uma resolução para ser lembrado do direito internacional.

“Israel é uma democracia cumpridora da lei, operando estritamente de acordo com o direito internacional. O Hamas, por outro lado, é uma organização jihadista focada na destruição de Israel, por meio do ataque a civis e do uso de civis de Gaza como escudos humanos”, ressaltou aos membros da ONU na ocasião.

Anteriormente, em 27 de outubro, a Assembleia Geral da ONU havia aprovado medida com caráter recomendatório que pedia uma trégua no conflito. À época, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, classificou a resolução, que contou com 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções, como “desprezível”.

Reféns libertados

Até o momento, o Hamas libertou quatro reféns. Judith Tai Raanan e Natalie Shoshana Raanan, mãe e filha, respectivamente, foram as primeiras a receberem liberdade, em 20 de outubro. Ambas têm cidadania americana e estavam em Israel para visitar um parente, quando acabaram capturadas.

Judith e Natalie foram entregues à Cruz Vermelha Internacional e, após isso, se encontraram com tropas de Israel. O Hamas informou, em um comunicado, que elas foram liberadas por motivos humanitários e para contrariar as acusações do governo dos Estados Unidos.

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Nurit Yitzhak, 79 anos, e Yochved Lifshitz, 85, também liberadas pelo Hamas
Hamas prometeu liberar reféns de diversas nacionalidades
Familiares pressionam o governo de Israel por ações pela libertação
Manifestantes marcharam de Tel Aviv a Jerusalém
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Judith Tai Raanan, de 59 anos, e sua filha Natalie, de 17, foram as primeiras reféns libertadas pelo Hamas

Reprodução / Redes sociais
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Nurit Yitzhak, 79 anos, e Yochved Lifshitz, 85, também liberadas pelo Hamas

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Hamas prometeu liberar reféns de diversas nacionalidades

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Familiares pressionam o governo de Israel por ações pela libertação

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Manifestantes marcharam de Tel Aviv a Jerusalém

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Em 23 de outubro, o grupo libertou outras duas mulheres, de nacionalidade israelense, identificadas como Nurit Yitzhak, 79 anos, e Yochved Lifshitz, 85, e teriam sido liberadas pelo grupo também por razões humanitárias.

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